Abordar o assunto considerando a idade do seu filho irá ajudar a tranquilizar os pequenos
Não é fácil saber a melhor forma de abordar assuntos difíceis com as crianças, principalmente quando ainda são pequenas. Mas assumir uma postura proativa, ser um bom ouvinte e discutir questões complicadas em uma linguagem apropriada para a idade, pode ajudar o seu filho a se sentir mais seguro e protegido.
Por mais que os adultos tentem evitar tópicos difíceis, como a pandemia e tudo o que ela representa, as crianças geralmente aprendem ou sabem quando algo triste ou assustador está acontecendo. Se os adultos não falarem sobre isso, elas podem superestimar o que está errado ou interpretar mal o silêncio dos pais. Portanto, seja o primeiro a trazer à tona o assunto. Quando os pais enfrentam conversas difíceis, deixam seus filhos saberem que estão disponíveis e os apoiam.
Como saber o que está incomodando?
Muitas vezes, pode ser difícil para a criança pequena dar nome ao que está a incomodando, são medos e mal-estares que não conseguem relacionar a alguma situação concreta. Neste momento, mais do que falar ou expor opiniões, é importante que os pais exercitem a escuta.
“Oferecer um espaço de diálogo para praticar a escuta pode ajudar a criança (ou adolescente) a perceber melhor o que está sentindo”, orienta o psicólogo Pedro Carneiro, especialista do Grupo Marista.
Sendo assim, o apoio que mães, pais e responsáveis podem dar é no sentido de tranquilizar as crianças quanto a essas incertezas, as ajudando a refletir e desenvolver o autoconhecimento.
Veja como se preparar para uma conversa difícil com o seu filho:
- Pense no que irá dizer antes: é importante refletir não só sobre o que precisa ser dito, mas como irá fazer isso. Praticar em voz alta com outro adulto pode ser uma boa sugestão, assim, é possível avaliar se está sendo claro.
- Encontre um momento de silêncio: talvez seja depois do jantar ou durante a preparação do almoço em família. Em momentos como esse, pode ser mais fácil focar em um tema específico e conseguir abordá-lo sem distrações.
- Descubra o que eles sabem: pode acontecer da criança ter ouvido uma notícia na tv, por exemplo, e isso a ter impactado fortemente. Se desconfiar de algo assim, pergunte se ela ouviu algo de que não gostou. Aliás, a escuta sempre deve fazer parte de qualquer diálogo.
- Compartilhe seus sentimentos: ao reconhecer seus sentimentos para os seus filhos, eles veem que você é humano. Eles também terão a chance de ver que, mesmo chateado, você pode se recompor e continuar. Ser o exemplo também se aplica às emoções.
- Diga a verdade: muitas vezes pode ser difícil dizer a verdade, mas é importante ser verdadeiro. Exponha os fatos em um nível que as crianças possam entender, sem precisar entrar em muitos detalhes, especialmente no caso de crianças pequenas.
- Acima de tudo, passe tranquilidade: no final da conversa, reafirme a seus filhos que você fará tudo para mantê-los seguros e cuidar deles. Tranquilize-os de que você estará disponível para responder a quaisquer perguntas ou falar sobre este assunto novamente no futuro. Faça-os sentir que são amados.
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