Infância

Como ensinar a criança a respeitar o outro?

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É importante que os pais ensinem as crianças desde cedo a respeitar o próximo

Alteridade, empatia e interculturalidade são palavras com significados diferentes, mas que têm algo em comum. Essenciais para a vida de todos, quanto antes esses conceitos forem aprendidos, melhor. Por isso, é importante que os pais compreendam o que eles significam para que possam orientar os filhos da forma mais adequada. 

Empatia significa a capacidade de se colocar no lugar do outro, alteridade define a habilidade de compreender que cada ser é único em suas características e decisões. Já a interculturalidade se refere à interação e relação baseada no respeito mútuo.

Para fazerem sentido, é importante que esses conceitos sejam aplicados na prática. É isso que almeja o PIS (Projeto de Intervenção Social), desenvolvido nos Colégios Maristas, cujo tema deste ano é “Eu me vejo em você, para pensarmos um mundo com mais empatia, alteridade”. As crianças realizaram ações que permitiram se colocar no lugar do outro, viver outro contexto, pensar sobre as pessoas que fazem parte desse coletivo social e partilhar. 

Ao longo do ano letivo, cada turma constrói um projeto que fomente a realização de ações para a intervenção social no contexto social em que cada criança está inserida. No final de outubro, será realizado o Fórum das Crianças, para que todas partilhem seus sentimentos, ações e reflexões sobre o direito do outro.

Quais os benefícios para os estudantes?

“Hoje, falamos muito sobre a necessidade de um desenvolvimento socioemocional (além do conhecimento e do cognitivo) e ações como essa podem promover a mobilização e o desenvolvimento de habilidades relacionais, interacionais, emocionais, dentre tantas outras que compreendem este conceito”, ressalta o coordenador educacional do Ensino Fundamental – Anos Iniciais do Grupo Marista, Tiago Franceschini da Rosa. 

Ou seja, a partir do momento em que as crianças se envolvem, se afetam, protagonizam projetos e são colaborativas, se sentem pertencentes ao contexto e à comunidade escolar, pois se tornam agentes de desenvolvimento e mudança. Por outro lado, o PIS também contribui para a materialização dos conhecimentos trabalhados em sala, para que se tornem saberes de vida.

Como o projeto pode beneficiar o outro?

As ações de cada turma possuem intencionalidade e dimensões diferentes. Por vezes, um grupo identifica que juntos podem intervir na sua própria realidade, assim, criam ações de vivência e transformação. Em outras, podem perceber a falta de um projeto de inclusão na cidade, por exemplo, e buscam solucionar. 

O coordenador conta que uma das turmas observou falta de acesso preferencial para pessoas com autismo. “A partir daí, mobilizam esforços, compreendem sobre autismo, conversam com especialistas, pensam em como podem ajudar neste contexto e partem para a ação”, conta. No final, as crianças acabaram com um projeto de lei na Câmara dos Vereadores.

Outra turma identificou que durante a pandemia, mesmo com a maior parte dos familiares em casa fazendo home office, o índice de atenção e acompanhamento que recebiam não havia aumentado. “Por isso, criaram um sistema de acompanhamento para interação e atenção para fortalecer a rotina de alimentação em conjunto, atividades domésticas, hora de brincar, entre outras; foi bonito ver!”, lembra Tiago.

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