Inclusão permite que a sociedade passe a acolher e respeitar a diversidade humana
Reconhecer a neurodiversidade das pessoas autistas, e celebrar o potencial que elas têm, é o propósito do Dia Mundial do Orgulho Autista, celebrado no dia 18 de junho. Entre os principais pontos levantados pela data está a conscientização de que pessoas com autismo não são doentes, mas que possuem algumas características próprias que trazem muitos desafios, e também recompensas.
“A principal barreira que a pessoa autista e a pessoa com deficiência enfrentam é a barreira atitudinal. É primordial uma transformação na sociedade para que elas sejam acolhidas e respeitadas em sua potencialidade”, ressalta a advogada Elyse Matos, que criou junto com o marido, o engenheiro Emiliano Matos, o ICO Project.
O projeto, concebido em homenagem ao seu filho Enrico, de 10 anos, diagnosticado com autismo aos 3, busca levar mais qualidade de vida para crianças e adolescentes no espectro autista. Elyse lembra que, devido ao histórico da pessoa com deficiência, o respeito às diferenças começa a partir da convivência.
“Hoje, por meio da inclusão escolar, vemos que é possível que a sociedade passe a acolher e respeitar a diversidade humana”, salienta.
Portanto, para derrubar as barreiras atitudinais precisamos de professores que compreendam a diversidade de cognição humana, de empregadores que se disponham a fazer acomodações necessárias para empregar pessoas autistas e de familiares que acreditem no potencial de seus filhos. O senso comum que considera ser difícil interagir com pessoas com autismo também é outra questão que tende a ser desmistificada conforme a sociedade tomar conhecimento sobre o autismo.
A ideia de que os autistas ficam em seus próprios mundos, isolados, é muito prejudicial porque cria uma imagem de que não é possível interagir com alguém com autismo”, observa Willian Chimura, diagnosticado com Síndrome de Asperger (TEA) e criador da associação AUTINC – autistas pela inclusão.
Willian enfatiza que especialmente crianças que ainda não têm a parte verbal desenvolvida são as que têm mais risco de serem consideradas não inteligentes e de ficar escanteadas.
“É preciso combater esse estereótipo porque eles são capazes de aprender e de interagir. Para isso, há a necessidade de atenção especializada e de capacitação para desenvolver habilidades”, evidencia.
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