Comportamento

Crianças de até 8 anos estão usando as redes sociais mais do que nunca, aponta estudo

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Durante a pandemia, houve um aumento de 17% no uso de telas entre crianças e adolescentes

As crianças estão gastando mais tempo com as telas, especialmente no uso de redes sociais. Esse aumento aconteceu principalmente nos últimos dois anos, momento mais crítico da pandemia. É o que mostra um estudo publicado em março deste ano pela organização de pesquisa sem fins lucrativos Common Sense Media.

A pesquisa descobriu que o uso de dispositivos eletrônicos entre crianças e adolescentes aumentou 17% de 2019 a 2021. Isso se deve, segundo os pesquisadores, a um reflexo das dificuldades que as famílias enfrentaram com cuidados infantis e baixa interação social durante a pandemia.

O que chamou a atenção é um aumento no uso de redes sociais entre crianças de 8 a 12 anos, em plataformas como Instagram e Facebook. Isso acontece mesmo que seja exigido que os usuários tenham pelo menos 13 anos devido a uma lei que proíbe empresas de coletar dados de crianças.

Por que o tempo de tela é preocupante?

É de se compreender que o tempo de tela durante a pandemia tenha aumentado de forma geral, principalmente como forma de se conectar com amigos e familiares. Porém, não foi somente isso que aconteceu. Muitas crianças passaram muito tempo de tela utilizando redes sociais e jogos online. 

Outro fator de atenção é se a criança substitui outras atividades pelas telas. Se ela está deixando de passar tempo com a família e os amigos, ou preferindo o celular à leitura, brincadeiras e outras atividades, isso pode ser preocupante. 

Como os pais podem lidar com o excesso de telas?

Hoje vivemos em um mundo conectado. Isso é fato. Porém, é preciso prestar atenção nas próprias atitudes, principalmente porque as crianças pequenas agem muito pelo exemplo que encontram em casa.  “Pais conectados, inconscientemente, estimulam seus filhos a serem conectados também”, ressalta a professora de Educação Infantil do Colégio Marista Santa Maria, Ana Caroline Miklos. 

Pode ser difícil proibir o uso, mas é papel dos pais estar atento a essa questão e não liberar o celular ou tablet para uso irrestrito. É essencial que os adultos façam o monitoramento do tipo de rede que seu filho ou filha tem interesse, e qual o tipo de conteúdo que acessa. A mediação durante esse processo é essencial. Alguns pontos que garantem mais segurança são:

  • A conta deve ser privada e na descrição do perfil é bom ressaltar que aquela é uma conta monitorada;
  • É importante bloquear o acesso a conteúdos que não condizem com a faixa etária da criança;
  • O diálogo aberto é o que garantirá o uso comedido e mais consciente das redes sociais.

Que efeitos o uso de redes sociais pode causar em crianças?

Baixa tolerância à frustração, consumismo, diminuição da concentração, pouco interesse na interação com crianças da mesma faixa etária e ansiedade. Esses são os principais reflexos do uso excessivo das redes sociais.

O uso de redes sociais fornece para a criança a ideia de uma realidade que acontece apenas nas telas. “Como a criança está se descobrindo como indivíduo, o uso indevido ou excessivo das redes pode fazer ela acreditar que sua vida não é boa o suficiente”, alerta a professora. 

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