Falar com seu filho sobre drogas pode ser assustador. No entanto, esse assunto deve fazer parte do diálogo entre pais e filhos. Não há, obrigatoriamente, uma idade para acontecer. Entretanto, quanto mais cedo você começar a conversar com eles sobre drogas, mais confortável e natural será para ambos.
Primeiramente, é importante lembrar que esse diálogo deve abranger ambas as partes. Afinal, a forma como você ouve seu filho adolescente é quase tão importante quanto o que você fala. O assunto pode surgir de diversas formas, seja a partir de alguma notícia no jornal ou questão que o adolescente esteja vivenciando.
Entenda um pouco mais sobre o que é considerado droga e como abordar a prevenção ao uso com o seu filho.
O que são drogas?
O analista de Projetos Educacionais responsável pela temática de Prevenção ao uso de álcool e outras drogas na área Educação Básica do Grupo Marista, André Fabrício de Souza, ressalta que existem duas abordagens para interpretar e definir o fenômeno droga, que devem ser complementares, e não excludentes: a legal e a médica.
- A Organização Mundial da Saúde, por sua vez, define droga como “qualquer substância não produzida pelo organismo que tem a propriedade de atuar sobre um ou mais dos seus sistemas, produzindo alterações em seu funcionamento”.
- A lei 11.343/2006 que instituiu o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas, define em seu artigo 1°: “para fins desta lei, consideram-se como drogas as substâncias ou produtos capazes de causar dependência, assim especificados em lei ou relacionados em listas atualizadas periodicamente pelo Poder Executivo da União”.
Como falar sobre drogas e prevenção do uso?
O debate sobre o uso de drogas se localiza principalmente no campo preventivo, a fim de evitar ou retardar o uso. Quando a família pretende fazer uma atuação preventiva com seus filhos, alguns pontos são importantes:
- Estabelecer diálogo aberto com escuta atenta: perguntar aos filhos sobre dúvidas e curiosidades, se já esteve em contato com alguém fazendo uso de drogas (lícitas ou ilícitas). De modo geral, ouvir quais são as percepções do filho sobre a temática.
- Conhecer e informar: é importante conhecer os efeitos que as drogas ocasionam no corpo e no sistema nervoso central, pois estão relacionados aos riscos que decorrem do uso. Ao conversar com o filho e informar os principais efeitos de determinadas drogas, a curiosidade sobre “o que a droga faz” tende a diminuir.
- Comunicar os riscos à saúde e à segurança: conhecer os efeitos e, consequentemente, os riscos, é parte fundamental no processo preventivo. Todas as drogas, sejam lícitas ou ilícitas, têm em maior ou menor grau caráter expositivo de saúde e segurança física. Desse modo, em conversa acolhedora, explicar os problemas que cada droga ocasiona contribui para evitar o uso.
Existe uma idade apropriada para conversar sobre drogas?
Não existe uma idade específica para iniciar o trabalho preventivo ao uso de drogas com os filhos. “Isso porque é comum que, desde cedo, as crianças presenciam o uso de drogas por familiares ou amigos de familiares, principalmente as lícitas (álcool e cigarros)”, ressalta o analista.
Neste momento, dependendo do repertório familiar, uma boa estratégia é introduzir a discussão sobre o uso destas substâncias, os seus efeitos e riscos. “Isso porque, apesar do contato com o uso por adultos, ao conversar sobre isso com os pais, a criança começa um processo de desnaturalização do uso de substâncias psicoativas”, observa André.
Como evitar o uso de álcool e outras drogas
Para evitar o uso de álcool e outras drogas, alguns fatores importantes são a cooperação, autonomia, habilidades sociais e ter a auto estima desenvolvida. Ainda ajudam a evitar o uso de substâncias, desenvolver habilidades para resolver problemas, criar vínculos positivos com as pessoas, ter prazer em aprender e um projeto de vida sólido. Ou seja, quanto mais fortalecida a individualidade e as relações pessoais, menos exposto ao risco do uso estamos.
“De modo geral, para evitar o uso/abuso de álcool e outras drogas, se faz necessária a construção de uma vida saudável no campo emocional, social e individual”, finaliza André.
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