Viviane Flores, diretora educacional da área de Educação Básica do Grupo Marista
A família é o nosso primeiro laço social, ocupando um lugar especial na vida de qualquer indivíduo, exercendo influência significativa desde o nascimento. É ela que oferece o primeiro ambiente de socialização da criança, onde ela cresce segundo padrões, comportamentos e influências culturais particulares. Dessa forma, é percebida como um sistema social responsável pela transmissão de valores, crenças, ideias e significados que estão presentes nas sociedades.
A escola também cumpre um lugar primordial para o ser humano. É nela que o indivíduo dará início à socialização com outras pessoas, que extrapola o círculo familiar. Nesse contexto, a escola surge como uma instituição que ajuda a moldar a constituição do aluno e, por consequência, influencia diretamente na evolução da sociedade e da humanidade.
Assim, a família e a escola cumprem dois papéis que se complementam no contexto da educação. O envolvimento de ambas afeta diretamente o desempenho escolar e a qualidade das relações que o aluno mantém com a escola. Para que essa parceria seja fluida, é desejável proximidade e integração entre família e escola. Essa presença deve ser constante desde a Educação Infantil, passando pelo Ensino Fundamental e chegando ao Ensino Médio – quando o adolescente apresenta outras necessidades de acompanhamento.
No entanto, ainda são muitos os desafios encontrados para essa aproximação, o que pode estar ligado intrinsecamente às divisões de responsabilidades de cada instituição, questão crucial para sustentar uma vida escolar favorável.
Confira alguns pontos de atenção importantes:
– Formação do sujeito: existe a expectativa de que a escola se responsabilize pelo que a família não daria conta, que é a função acadêmica. Porém, há uma camada que precisa ser compartilhada, que diz respeito à conduta e valores. O mais adequado é que esses dois campos andem paralelamente e construam parcerias, possibilitando cada vez mais o desenvolvimento em todos os aspectos, especialmente no que diz respeito à vida estudantil.
– Comportamento em grupo: muitas vezes, é na escola que a criança expressa determinados comportamentos, alguns, inclusive, que não são percebidos em casa. Nesses momentos é possível observar, por exemplo, a habilidade de negociação e o respeito, e outras questões que vêm à tona quando ela está em grupo. Além da dimensão formativa, situações como essa precisam ser trabalhadas dentro da escola, assim conseguimos perceber quando é preciso amparar e dar acolhimento a uma necessidade do aluno, que muitas vezes não é identificada pela família.
– Professor como orientador: além de conhecimentos, o professor também é um orientador, oferecendo conselhos, limites e regras, abrangendo a totalidade do indivíduo. Neste ponto, a família pode se fazer presente no sentido de auxiliar no atendimento à criança, trazendo a experiência familiar e podendo dialogar sobre o melhor caminho a seguir.
Sabemos que existem desafios a serem enfrentados, mas quando o binômio família-escola está alinhado em torno de um mesmo objetivo, os laços se fortalecem. Assim, abrem-se novos horizontes e possibilidades de melhora no desempenho acadêmico e social do aluno e da atuação na escola para oportunizar esse resultado.
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