Palavra do Especialista

Por uma educação do amanhã

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Thiago Luiz Cachatori – Coordenador do Ensino Fundamental Anos Finais da área de Educação Básica do Grupo Marista.

No momento em que estamos vivendo, precisamos sentir as forças que pedem por mudanças e nos convidam a (re)pensar a escola do presente (estruturada sob um modelo do passado) para que possamos educar nossas crianças, jovens e adolescentes a pensarem o futuro. Pensar o futuro não é necessariamente sobre o ano de 2021 ou os próximos 10 anos, mas sim aquilo que é consequência das ações do hoje.

É preciso ter pensamento flexível e ágil. O futuro é disruptivo e fluído, por isso a necessidade de os educadores embarcarem na mudança para que possam agir o mais rápido possível e se adequarem ao novo. Entretanto, uma escola não se constrói apenas por educadores, é importante a família também embarcar nesta nova era, confiando nos processos e inovações metodológicas, entendendo que seus filhos aprenderão de uma forma diferente de antes.

Veja alguns passos para pensar em uma escola do futuro:

Adotar a cultura digital: se na escola do passado, o professor era o centro do processo de ensino, é preciso colocar nossos estudantes no centro da aprendizagem e para isso a tecnologia pode auxiliar sob diversas escalas. Uma delas é por meio da personalização do ensino e isso só se torna possível quando construímos indicadores de aprendizagem e um sistema de acompanhamento contínuo (para o professor, aluno e família). Outro benefício está relacionado ao aprimoramento dos profissionais que atuam nas escolas, pois, com base na tecnologia, se torna possível levantar indicadores que retratam os resultados acadêmicos.

Focar na experiência do “cliente”: sabemos que a relação escolar não se pauta sob uma perspectiva de consumo, porém, se faz necessário que a escola também tenha um olhar sobre este quesito. Pensar a experiência do “cliente” é se colocar constantemente em seu lugar fazendo com que o processo passe a ser cada vez mais qualificado e, para isso, diversas ferramentas são fundamentais: seja por meio de ações pautadas no NPS (Net Promote Score) ou por feedbacks contínuos de alunos, pais, professores, técnicos e gestores.

Destaca-se também a importância de uma comunicação efetiva, pois talvez este seja o meio mais potente para consolidar as mudanças e implementarmos uma cultura inovadora.

Coletividade, criatividade e afeto: três palavras bastante batidas no ambiente educacional, mas que precisam ser ressignificadas. Se o objetivo educacional é formar cidadãos, nada mais marcante que reforçar aquilo que os diferenciarão no futuro. Diante de um mundo diverso e multi, o futuro precisa cada vez mais de interconexão e inter-relações sociais.

A criatividade se pauta na resolução de problemas reais mas também naqueles que nem surgiram ainda, pois em um mundo VUCA (Volatile, Uncertain, Complex and Ambigous), saber agir rápido sob problemas complexos é um dos maiores diferenciais. Por último, e talvez o mais importante, tem destaque naquilo que nos diferencia enquanto seres humanos: o afeto. Este sentimento que nos atravessa e nos marca sob o ponto de vista da experiência, uma riqueza que nenhuma máquina pode expressar, proporcionar e nem mesmo vender no mercado.

Reforçar que o mundo é uma escola: a sociedade do passado mudou e os muros desta escola agora precisam abrir as portas para a sociedade. Uma das possibilidades está nas parcerias com a comunidade por meio de projetos sociais e de sustentabilidade; com os setores públicos e privados, para que conheçam a voracidade de um mundo VUCA (volátil, incerto, complexo, ambíguo); ou com as universidades, pois não “se forma” um profissional apenas em um curso de graduação.

Valorizar as habilidades perante os conteúdos: neste cenário, o fortalecimento das habilidades se torna fundamental, pois elas é que mobilizam conhecimento para que ações sejam executadas com base nas informações. Hoje, algumas habilidades em destaque são a flexibilidade, criatividade e a capacidade em trabalhar em equipe, também se destacando as habilidades socioemocionais, incluindo empatia, liderança e resiliência. 

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