Comportamento

Fadiga pandêmica: o que é e como evitar

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Termo se refere ao estado de desgaste por precauções e restrições relacionadas à pandemia

Sabemos que, provavelmente, você lavou as mãos mais vezes este ano do que em toda a sua vida e talvez nunca tenha saído na rua de máscara antes. A pandemia mudou nossos hábitos de várias formas, desde a maneira com que nos relacionamos até como ocupamos os espaços, trabalhamos e estudamos. A “fadiga pandêmica” pode ocorrer quando as pessoas se cansam das medidas impostas pela pandemia e se tornam menos propensas a seguir as práticas de saúde pública. 

“Na situação de exaustão, as consequências são imprevisíveis pois variam de indivíduo para indivíduo, mas são sempre desagradáveis e acompanhadas de muito sofrimento emocional, o que se expressa pela incapacidade de se sentir feliz”, explica o psicólogo e professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Naim Akel.

Esse termo define uma sensação de esgotamento causada pela rigidez das medidas de saúde pública por um período tão prolongado de tempo. A fadiga pandêmica pode ser experimentada de maneira diferente para cada pessoa, mas geralmente se apresenta como um sentimento de inquietação, irritação, falta de motivação e dificuldade de concentração. 

Quais os sintomas da fadiga pandêmica?

A chamada “fadiga pandêmica” é uma resposta de estresse emocional. O ser humano possui uma resposta adaptativa diante de situações excepcionais, explica Akel.

“Possuímos um circuito cerebral que quando ativado inicia uma resposta excitatória com liberação de adrenalina e uma excepcional prontidão para a ação”, afirma. 

Nestas condições estamos mais aptos a enfrentar situações desafiantes, mas existe um porém: esta “qualificação para a ação” tem tempo para se extinguir ou se transformar em desorganização e angústia – é a resposta de estresse, quando o indivíduo entra em exaustão.

“Alterações de apetite (para mais ou para menos) e de sono (também para mais ou para menos) normalmente são os primeiros sinais de que a coisa não vai bem”, observa o psicólogo.

Como melhorar o bem-estar na pandemia?

As pessoas que enfrentam, resistem e superam as situações geradoras de estresse são aquelas que encontram uma maneira de superar e resolver as situações causadoras de ansiedade e frustração ou que, diante da impossibilidade de resolução e superação completa dessas situações, desenvolvem mecanismos de descarga de tensão ou de obtenção de gratificação mesmo diante dessas situações.

Atividades de lazer, esportivas, hobbies, culturais, relaxamento e meditação são algumas das alternativas para se manter saudável enquanto não podemos resolver completamente o que nos angustia.

No contexto familiar, como reduzir a fadiga pandêmica?

Em situações de grande apreensão e desafios, de frustrações e ansiedade, os grupos cooperativos são o melhor recurso para enfrentamento, resolução e superação dessas situações. Os grupos cooperativos são aqueles que compartilham as mesmas necessidades e objetivos, buscando somar forças numa mesma direção. Sendo assim, a família se caracteriza como grupo cooperativo por excelência.

“Neste momento crítico, em que as atividades cotidianas se encontram tão alteradas, todos, mas especialmente as crianças e adolescentes, estão sofrendo com ansiedade e frustrações”, ressalta Akel, e completa:  “O ambiente social se reduziu e a proximidade entre os familiares é uma condição geral”. 

Como toda situação de crise é também uma situação de oportunidades, a transformação ou consolidação da família como grupo cooperativo é provavelmente a principal consequência positiva da pandemia.

Encontrar formas de interagir, colaborar e se divertir junto tem sido uma descoberta para muitos grupos familiares. O prazer em família, o compartilhar interesses e gostos, o dividir medos e apreensões e a busca de soluções para as frustrações comuns nestes tempos de Covid-19 tem sido a principal lição da pandemia. A família, núcleo básico da sociedade humana, sem dúvida, sai fortalecida.

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