Artigo por Hellen Saimi, especialista em Gestão de Pessoas e em Administração e Marketing, atua há 10 anos na coordenação de Marketing do Colégio Marista Santa Maria.
Terminar o ensino superior garante maior vantagem salarial e empregabilidade? Segundo um estudo divulgado em setembro pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), graduar-se numa faculdade garante ao brasileiro uma remuneração média 144% acima dos que terminaram o ensino médio. Em comparação com os que não concluíram o ensino médio, a remuneração dos graduados é mais que o triplo (258% acima).
A pesquisa pode servir de estímulo para os jovens ingressarem na universidade e depois prosseguirem em suas carreiras. A longo prazo o mercado de trabalho pode ser beneficiado com esta qualificação, mudando a realidade atual em que apenas 21% da população entre 25 e 34 anos tem formação universitária, menos da metade do que outros países, como Estados Unidos, com índice de 50%.
Entretanto, uma questão que é discutida com cada vez mais frequência é sobre o quanto este jovem foi preparado para dominar os conceitos e aspectos técnicos da sua área de estudo, utilizar ferramentas digitais e, sobretudo, se conseguirá trabalhar em equipe, solucionar problemas com criatividade, gerir suas emoções em momentos de pressão e por aí vai.
O nosso sistema de educação, de forma ampla e generalista, não prepara o estudante para ter sucesso além do viés profissional. Ele ganha um ótimo salário, mas não aprendeu a lidar com o dinheiro. Ele quer chegar a CEO, mas não aprendeu a valorizar os relacionamentos. Ele atingiu todas as metas, mas não tem o “fator humano”.
Há inúmeros cursos para aprimorar as habilidades técnicas, denominadas hard skills e mais incontáveis maneiras de desenvolver as habilidades comportamentais, as soft skills. Além disso, é possível recorrer a treinamentos, leituras, coach, mão na massa, cursos presenciais, à distância, mapas mentais, entre outros métodos. Pensando nisso, nos colégios Maristas de Curitiba, Brasília e São Paulo, por exemplo, a grade curricular do Ensino Médio tem um componente que trata de temas como realidade virtual, gamificação, criatividade, comunicação não-violenta, entre outros. É uma possibilidade de preparar os jovens com um perfil mais confiante para essa necessidade que o mercado profissional há algum tempo está exigindo.
Mas em qualquer fase da vida, sendo jovem ou maduro, o autoconhecimento pode nos empoderar na tomada de decisões para nosso crescimento. Que tal reservar um tempo para uma reflexão sobre si mesmo? Anote seus pensamentos numa folha de papel ou num bloco de notas digital. Registre seus gostos, suas aptidões físicas e técnicas, suas habilidades.
Também considere buscar inspiração em modelos. Quem você admira? O que esta pessoa ou personalidade realizou? Que traço do seu caráter é marcante? Hoje qual empresa é uma referência e você gostaria de conhecer? Por que admira esta marca? Você acha que ela tem valores similares aos seus?
“Não podemos saber o futuro. Mas podemos criá-lo” (Peter Drucker)
Além de aprender mais sobre si mesmo, procure traçar um plano sobre o que você precisa desenvolver e como fará para que isso aconteça. Estabeleça um prazo, trace suas metas de desenvolvimento. Daqui a seis meses o que já atingi? E em cinco anos, como eu me vejo? Pense sobre o seu futuro e saiba que isso é um hábito que pode ser trabalhado, sendo até tema de um curso para os alunos da Universidade de Stanford.
As trilhas do autoconhecimento e do aprendizado são constantes e interligadas. Buscá-las e mantê-las em constante movimento é um dos caminhos para o crescimento profissional.
Para finalizar, deixo aqui um pensamento de uma das dirigentes do Institute for the Future, Jane Mcgonigal: “pensar sobre futuros hoje, nos prepara para fazer história amanhã”.
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