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Literatura clássica afasta ou atrai jovens?

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Com a orientação correta, é possível tirar a fama de que são livros chatos e entediantes

Dom Quixote, Morte e Vida Severina e Sagarana. O que esses três livros têm em comum? Além de estarem sempre no páreo dos mais pedidos em grandes vestibulares, é muito comum que os jovens leiam apenas pela obrigatoriedade das provas ou estudos de língua portuguesa.

Seja pelo estereótipo de que são velhos, entediantes ou difíceis de ler, muitos jovens podem partir do princípio de que as narrativas são distantes da sua realidade. Porém, a literatura clássica traz ensinamentos essenciais e, com jeitinho, pode se tornar mais atrativa. 

“Os clássicos são universais e, exatamente por isso, não envelhecem na possibilidade de trazer temáticas e construções estéticas relevantes – seja para o florescimento de um letramento crítico, seja para o aperfeiçoamento quanto à apreensão da linguagem literária”, ressalta a professora de Língua Portuguesa do Colégio Marista de Cascavel, Amanda Kristensen.

Os títulos mais populares entre os jovens também têm a sua importância para a formação de leitores. Entre outras coisas, auxiliam na construção do hábito de ler, associando-o a algo prazeroso e agregador, pontos essenciais para criar o gosto pela leitura.

Mas isso não significa que os clássicos não possam se tornar atrativos. É importante, por exemplo, atentar para os níveis de complexidade da linguagem, estética e contextualização das obras, adequando-as às faixas etárias dos leitores. Desta forma, ficará mais fácil que o adolescente compreenda e assimile a narrativa.

Qual é a importância da literatura?

Desde pequenos, a literatura ocupa um papel essencial no desenvolvimento cognitivo e psicossocial de todos nós. Na pré-adolescência e adolescência, é responsável pela maturação e formação do indivíduo, ajudando no exercício da reflexão, conhecer outras culturas e, principalmente, para a percepção da complexidade do mundo e de todos que fazem parte dele.  Além disso, os livros ajudam no desenvolvimento do pensamento criativo, ampliam o vocabulário e facilitam a escrita. 

Como incentivar o gosto pelos clássicos?

É importante que pais e professores contextualizem os clássicos, trazendo referências contemporâneas para que os jovens compreendam que a literatura é viva.

“Com isso, ao longo dos anos, serão construídas preferências literárias, e a pessoa torna-se cada vez mais seletiva quanto à escolha do conteúdo a ser consumido”, lembra a professora. 

Confira dicas infalíveis para estimular o gosto pela leitura em diferentes idades:

– Infância: a contação de histórias é muito importante, pois é uma forma lúdica que traz vida ao enredo, e permite a criança a participar tanto como leitor, como personagem.

– Pré-adolescência e adolescência: é importante que o jovem se encontre no enredo, por isso, quando se trata dos clássicos, é essencial articular o conteúdo literário a alguns saberes socioafetivos imediatos. Por que não aproveitar algum tema para propor diálogos com o seu filho? Isso pode render boas conversas!

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