Do wai tailandês ao copo e palmas da Zâmbia, essas saudações sem contato transmitem respeito e boas-vindas.
Para evitar a propagação do coronavírus, as pessoas ao redor do mundo estão trocando apertos de mão e abraços por gestos de baixo risco, como toque de pés e cumprimentos no ar. Essas formas de se cumprimentar estão sendo utilizadas em vários países, mas em muitas culturas, saudações sem contato já existem e resultam de tradições profundamente enraizadas, e não de protocolo pandêmico.
Língua Brasileira de Sinais
Além dos cumprimentos à distância, outra forma de dizer “oi” sem se tocar pode ser por meio da Língua Brasileira de Sinais. A Libras é um ótimo recurso que pode ser usado para a vida toda.
“Para cuidarmos uns dos outros, devemos manter o distanciamento físico e usar a máscara. Mas e quando bate aquela vontade de dar um abraço? Como expressar nossa alegria usando máscaras?”, ressalta a professora Karolina Garcia e Silva, dos Colégios Marista Champagnat.
A professora, junto com a aluna Mariana Rezende de Souza, fizeram um vídeo ensinando como dizer “Oi! Tudo bem?”, “Seja bem-vindo!”, “Saudades de você, amigo”, “Obrigado”, “Por favor”, “Com licença”, “Desculpa”, em Libras para que nesse retorno às aulas presenciais, as crianças e jovens possam demonstrar carinho, mesmo de longe.
Aprenda alguns cumprimentos em Libras neste vídeo!
Veja outras maneiras de se cumprimentar à distância:
Namastê, na Índia e no Nepal
Embora normalmente a frase “namastê” acompanhada por um mudra (gesto) de palmas juntas no centro do peito, na cultura pop ocidental muitas vezes é distorcida de seu contexto cultural e usada de forma inadequada. Atualmente, o termo aparece com frequência em sacolas e camisetas e é proferido no final das aulas de ioga, muito distante de suas antigas origens espirituais.
O termo em sânscrito é milenar e significa algo como “o divino em mim se curva para o mesmo Divino em você” em sinal de respeito e agradecimento. Há humildade e reverência nessa saudação, e acredita-se que o mudra também protege a pessoa que o executa seriamente.
Wai, na Tailândia
Saudação padrão em toda a Tailândia, o wai também envolve uma leve inclinação da cabeça com as mãos pressionadas juntas na frente – influência do hinduísmo e do budismo na cultura tailandesa.
A história do wai vem da saudação para mostrar receptividade e paz. Além de seu uso na prática espiritual e saudações, o wai tailandês tem várias outras aplicações, incluindo apresentações de dança, desculpas e até mesmo como forma de evitar algum conflito.
E como o wai não requer contato, é uma saudação mais segura durante a pandemia do coronavírus, uma alternativa aceitável ao aperto de mão ou ao abraço. Para cumprimentar um amigo, basta pressionar as mãos na altura do peito.
Ojigi, no Japão
A reverência, que começou como uma prática exclusiva da nobreza há mais de mil anos, é agora a saudação não verbal mais conhecida no Japão. A saudação é feita com o corpo se curvando para a frente, com as mãos na lateral da perna.
A curvatura do corpo e o abaixamento da cabeça transmitem “reverência aos outros”. Isso porque, quando você se curva, está com a cabeça baixa. Ou seja, não há intenção de agredir ou atacar.
O grau de curvatura indica diferentes mensagens. Para dizer olá, o dorso deve estar dobrado a partir dos quadris em 15 graus. Para homenagear alguém superior, deve ser feito com 30 graus. Já em um momento de mostrar profunda tristeza, respeito ou desculpas, 45 graus.
Copa e aplausos, na Zâmbia
Apertar as mãos é comum na Zâmbia, mas existem outros cumprimentos sem contato físico. Para dizer um olá simples, basta juntar as mãos em concha e bater palmas algumas vezes enquanto diz “mulibwanji” (que significa “olá) ou “mwakabwanji” (bom dia).
Abaixar o corpo durante a saudação transmite maior respeito, especialmente aos mais velhos. Na hora de encontrar os avós, por exemplo, é possível dizer olá colocando a mão no peito e no estômago e dobrando ligeiramente as pernas, como em uma reverência.
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