Criatividade, audição e memória são alguns dos benefícios dessa atividade
Cantar, tocar instrumentos e ouvir música são ótimos entretenimentos para as crianças. Entretanto, vale ressaltar que oferecem benefícios que vão além da simples diversão. O canto, por exemplo, contribui diretamente para o desenvolvimento da fala, da audição, da comunicação e da memória e também favorece a compreensão de textos, a criatividade e a expressão das emoções.
Para inspirar os filhos, a família pode cantar nas pequenas atividades do dia a dia, como cantigas de ninar na hora de dormir.
“É importante lembrar que a ação de cantar é um dos primeiros meios sonoro-musicais que o ser humano utiliza para fazer música e que a voz é considerada um instrumento musical. Em função disso, é uma ação inerente e fundamental, assim como são os movimentos básicos do corpo”, esclarece o músico e professor Cadmo Amaral Luiz.
Por isso, é essencial que as crianças sejam estimuladas a cantar.
Cantar contribui para desenvolvimento neurológico
É comum o canto espontâneo ocorrer de forma natural a partir da aquisição da fala de forma mais desenvolvida, o que acontece por volta dos quatro anos. Esse canto nada mais é do que quando observamos uma criança entoar e entonar melodias durante a realização de outras tarefas do dia a dia, tendo como tema a própria tarefa ou algo que ela vivenciou recentemente.
“Essa ação demonstra que o desenvolvimento das áreas do cérebro voltadas à memória sonoro e musical caminham bem e que ela está se comunicando de forma satisfatória consigo mesma e com o mundo”, reflete Luiz.
Ele lembra que uma criança que realiza essa atividade consegue dar vazão para diversas emoções, agindo de forma mais equilibrada, o que contribui para o seu desenvolvimento neurológico e emocional.
Estímulo musical vêm desde a gestação
A ação de cantar tem origem no início da vida, ainda durante a gestação. Nesta fase, o bebê tem contato com diversas vibrações sonoras por meio da placenta e do líquido amniótico que irão contribuir para o canto. O principal estímulo específico está voltado ao reconhecimento de algumas vozes (normalmente e principalmente a da mãe) e a percepção das mudanças de entoação e entonação das diferentes vozes que entram em contato com o bebê neste período.
Esses estímulos fazem com que, desde a gravidez, o bebê perceba a voz e suas características sonoras como algo específico para a sobrevivência e que possui caráter de comunicação. Isso contribui diretamente para o desenvolvimento neurológico, principalmente das áreas do cérebro voltadas à fala, música e habilidades sociais.
Já fora da barriga da mãe, a percepção desses estímulos se amplia e, junto a isso, a capacidade de responder e interagir com eles. Prova disso é quando o bebê chega à fase do balbucio: estudos mostram que este recurso de comunicação tenta reproduzir desde sons vocais voltados à fala até sons voltados ao cantar. Neste caso, balbuciar contribui diretamente para a evolução de várias áreas do cérebro relativas à comunicação, fala, escuta e musical.
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