Quando uma criança se torna muito exigente, pode se tornar insatisfeita consigo mesma
Ficamos todos orgulhosos quando percebemos que nossos filhos realizam as suas tarefas com cuidado, zelo e capricho. Mas como podemos saber se esse comportamento é perfeccionista? Quando uma criança se torna muito exigente consigo mesma, realiza inúmeras vezes a mesma atividade, se dedica para alcançar o melhor resultado – mas nunca fica satisfeita, demonstrando certa frustração.
Outro ponto que merece atenção é quando a criança estabelece metas muitas vezes inalcançáveis e faz críticas severas a si mesma.
“Nestes casos devemos prestar atenção, pois é muito provável que estamos diante de uma criança perfeccionista”, alerta a orientadora pedagógica do Colégio Marista Paranaense, em Curitiba, Monica Nogueira Smaniotto.
Como os pais podem identificar quando os filhos são perfeccionistas?
Primeiro, Monica ressalta que é preciso identificar se essas características são familiares, já que o primeiro grande meio social de uma criança é a família.
“Também é necessário perceber se essa criança está sendo submetida a uma cobrança e exigência excessiva ou se está sendo induzida a seguir modelos ou determinados padrões de comportamento”, aconselha.
Nesse caso é preciso rever conceitos, reavaliar posturas e mudar algumas condutas tendo em vista o bem-estar e a saúde emocional dos filhos. Num segundo momento, é importante observar se há sinais de estresse, irritabilidade e ansiedade por conta dessa busca incansável pela perfeição e a partir daí adotar algumas medidas para que isso não se torne um sofrimento.
Como os pais podem agir para ajudar?
Medidas simples podem ser adotadas como demonstrar para a criança que reconhecer as próprias limitações é parte fundamental do desenvolvimento humano. É essencial ensinar que aprender a lidar com as próprias frustrações pode ser um bom exercício.
Praticar a tolerância e paciência consigo mesmo e com os membros da família pode ser um bom início e um exemplo seguido por todos. Além disso, Monica lembra que errar é necessário e faz parte do aprendizado e que não é preciso acertar sempre.
“Mesmo tentando fazer o melhor estamos sujeitos a termos que refazer, e não há problema nenhum nisso, pois todos nós enfrentamos situações assim em algum momento da nossa vida”, observa a orientadora pedagógica.
Mas se ainda assim todas as tentativas não trouxerem resultado, talvez seja a hora de buscar uma ajuda especializada.
Como essa característica pode ser prejudicial para as crianças?
Como o comportamento perfeccionista tende a não valorizar os próprios méritos e conquistas, pode gerar problemas de autoestima e insegurança. Há também o risco de ocasionar danos ao convívio social ou com os colegas, pois estes podem se sentir constrangidos uma vez que as pessoas com essas características tendem a ser extremamente críticas.
“Esse traço de personalidade pode gerar estresse, ansiedade que podem levar a depressão”, destaca.
O comportamento perfeccionista pode trazer danos não só na fase da infância, mas também pode se estender até a vida adulta tornando esse indivíduo insatisfeito e infeliz. Pode atrapalhar nas tomadas de decisão, além de levar à repetição de tarefas fazendo a pessoa perder tempo e produtividade.
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