Manter uma rotina ativa ajuda no desenvolvimento de habilidades motoras e na coordenação geral
Não existe receita de bolo quando o assunto é atividade física para crianças. Antes de fazer uma lista de opções, o primeiro passo é pensar no que o filho gosta de fazer. Olhar para os seus interesses, capacidades e habilidades vai ajudar a fazer a melhor escolha. Para saber qual é o tipo de prática mais adequada, a criança pode (e deve) participar da decisão.
“A criança pode fazer aquilo que consegue. O que devemos prestar atenção é em não aplicar treinamento excessivo para crianças muito pequenas”, lembra o professor do Núcleo de Atividades Complementares do Colégio Marista Maringá, Lucas Henrique Luz.
Como os exercícios ajudam no desenvolvimento?
Atividades físicas devem ser feitas durante toda a vida. Manter uma rotina ativa ajuda as crianças e adolescentes a terem um melhor desenvolvimento das habilidades motoras. Ainda melhora a coordenação geral, a propriocepção corporal, o desenvolvimento de músculos, alongamento das articulações, a saúde física e psicológica.
Além dos fatores biológicos, o exercício colabora para a compreensão de regras, limites e aprendizado de novas culturas. Também desenvolve habilidades de comunicação, interação e de tomada de decisões.
Como escolher atividades físicas para crianças?
Cada criança é única. É preciso ter em mente que o desenvolvimento biológico, social e cultural faz toda a diferença na hora de escolher um esporte adequado. A Base Nacional Comum Curricular pode ajudar os pais a identificar os saberes e competências para cada faixa etária. Ela é voltada para educação básica e é de livre acesso na internet.
Confira algumas atividades indicadas de acordo com a idade:
De zero a cinco anos:
- Cantigas, músicas recreativas, mímica e imitações;
- Exercícios que trabalhem as habilidades motoras fundamentais (correr, saltar, rolar), como pega-pega, amarelinha e caracol;
- Atividades de estabilidade e equilíbrio, pular sobre uma perna, andar na corda;
- Habilidades de manipulação como pegar, arremessar, segurar e chutar, acertar alvos e chute ao gol.
Com os pequenos, a sugestão é que se trabalhe as interações entre pares e com adultos por meio da brincadeira. A sociologia da infância identifica como principal meio de aprendizagem da criança a cultura lúdica. “Brincar com o mundo faz com que ela construa e ressignifique seus conhecimentos. Nesta idade, é importante que se trabalhe sobre si, os outros e o aspecto coletivo”, ressalta o professor.
De 6 a 10 anos:
- Brincadeiras e jogos da cultura popular, esportes de marca e precisão, danças, ginástica geral e até práticas de aventura;
- Alguns esportes indicados são futebol, handebol, basquetebol, atletismo e natação;
- Jogos como queimada, pega-pega, lenço atrás, alerta, esconde-esconde, mãe da rua e elefante colorido.
A partir dos seis anos de idade, o Colégio Americano de Medicina esportiva descreve como segura a prática de atividades físicas em academias, desde que seja sistematizada, acompanhada e orientada por um profissional de qualidade.
De 11 a 14 anos:
- São indicados esportes de marca, de precisão, de invasão e técnico-combinatórios;
- Algumas opções são futebol, handebol, basquetebol, voleibol, tênis de mesa e de quadra, atletismo e natação;
- Dança, ginástica e lutas são outras atividades indicadas para essa faixa etária.
Nesta idade, não há limitação no quesito atividade física. Cada criança e adolescente é um mundo a ser descoberto com suas potencialidades e dificuldades. Toda atividade pode ser adaptada de acordo com as limitações e saberes de cada um.
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