Infância

Desafio: como equilibrar o físico e o virtual?

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Em tempos de distanciamento social, a moderação é o segredo para uso saudável da tecnologia

Festas de aniversário por videoconferência, aulas remotas e reuniões com amigos online. Mais do que nunca, o distanciamento social imposto pelo COVID-19 revelou como a tecnologia está presente na vida de todos. No caso das crianças, que já nasceram na era digital, fica ainda mais difícil equilibrar o físico e o virtual.

“Vivemos nos últimos anos um processo de digitalização da vida social.  Nossas relações, e outras ações cotidianas estão cada vez mais mediadas pelo espaço virtual”, ressalta o coordenador da área de Missão e Gestão da UMBRASIL, Ricardo Mariz, autor do e-book “O mundo dentro de casa”.

Desafios da atualidade

O que estamos vivendo hoje, reflete Mariz, já não permite mais a ideia de que o físico é o real e o virtual uma simulação ou uma falsidade.

“A realidade é composta cada vez mais num duplo espaço simultâneo: o espaço físico e o espaço virtual. O que acontece no espaço virtual, por exemplo, tem consequências concretas no espaço físico”, enfatiza.

Como equilibrar o virtual e do físico?

Diferente do que acontecia há algum tempo, hoje, desde muito cedo, as crianças já convivem com a escola e, de certa maneira, com o mundo, a partir das janelas virtuais das nossas casas.

“Vivemos uma socialização simultânea de nossas crianças: família, escola e sociedade”, observa o coordenador da UMBRASIL. Essa digitalização do social é uma novidade para nós adultos, mas para as nossas crianças essa é a realidade em que elas estão inseridas: uma espécie de “segunda pele”.

Como adultos, responsáveis pela socialização, precisamos enfrentar constantemente um dilema estrutural: oferecer a nossa herança cultural e, ao mesmo tempo, permitir que os filhos possam viver e construir o inédito.

“Esse parece-me ser o desafio que está por trás das nossas perguntas cotidianas sobre o uso dos artefatos tecnológicos pelas nossas crianças”, afirma Mariz.

Com qual idade começar a usar a tecnologia e quais atividades oferecer?

“Penso que para alguma dessas perguntas a resposta é aquela que aprendemos em várias tradições culturais e na experiência com a própria dinâmica da vida – a moderação”, aconselha Mariz.

É importante lembrar que a moderação não pode ser confundida com falta de posição ou posição do meio, mas está relacionada a um jeito de agir, de aderir e de descartar.

A solução para os nossos dilemas, destaca o autor, não está num retorno ao mundo analógico que bem dominamos e conhecemos, como também não se trata de um mergulho inocente no mar de possibilidades que o digital nos oferece.

“Nós somos seres de transcendência e precisamos nesse período histórico ímpar, de grandes saltos e aceleradas mudanças, construir uma mínima clareza daquilo que queremos como humanidade para o futuro. Esse é um jogo que não começou e não irá terminar conosco, mas que nesse momento está em nossas mãos e na forma que cuidamos dos nossos filhos”, conclui.

Acesse o e-book “O mundo dentro de casa”, de Ricardo Mariz:

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