Infância

Meu filho tem pesadelos: o que fazer?

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A forma mais adequada para agir neste momento é acolher a criança e seus sentimentos

Acordar com o filho chorando no meio da noite, assustado com um pesadelo, é um acontecimento relativamente comum em todas as famílias. Mesmo que os pais possam se assustar – o que é compreensível – e muitas vezes não saibam ao certo como agir, especialistas aconselham a não minimizar o sentimento da criança dizendo, por exemplo que “foi só um sonho ruim”.

A forma mais adequada para agir neste momento é acolher a criança e validar os seus sentimentos. Os pesadelos, assim como os sonhos “bons” são episódios comuns e tem um motivo para existirem.

“São uma ferramenta do nosso cérebro para a organização das memórias. Ajudam a catalogar as experiências que vivemos no cotidiano, essa é basicamente a função deles”, explica o psicólogo Flávio Voigt Komonski.

Porque os pesadelos acontecem?

Os pesadelos são possíveis manifestações de medos ou inseguranças que a criança possa estar vivendo na sua vida em vigília, questão que é trabalhada por meio do sonho. Por isso, é importante que os pais estejam atentos e busquem compreender o que pode estar acontecendo e o que esse sentimento está simbolizando.

“Prestar atenção na criança ajuda a entender o sonho e compreendê-lo ajuda a entender a criança como um todo”, ressalta o psicólogo.

Segundo informações da Associação Brasileira do Sono, 20 a 30% das crianças de 5 a 12 anos têm pesadelos a cada 6 meses. Mesmo que a média de sonhos ruins variem de pessoa para pessoa, se eles se tornarem muito frequentes pode ser hora de procurar um atendimento com psicólogo, profissional que terá as ferramentas adequadas para ajudar.

Como agir quando o seu filho tiver pesadelos?

No momento em que a criança desperta com medo do que vivenciou no sonho, o melhor a fazer é acolher, oferecendo um abraço, ficando ao lado e tentando tranquilizá-la. Uma boa sugestão é oferecer algum objeto que o filho goste, como uma naninha ou um bichinho de pelúcia, para dormir junto.

É compreensível que, quando a criança tem um pesadelo, possa sentir insegurança na hora de ir para cama. Neste momento, Komonski sugere que os pais expliquem, em uma linguagem simples, que o sonho não é necessariamente parte da realidade, mas que é normal ser assustador.

“Escutar a criança e validar o sentimento dela é essencial. Se sentir medo, tente compreender o motivo, pergunte sobre o que está acontecendo. Minimizar a questão pode ser traumático”, ressalta.

Como interpretar os sonhos?

É possível analisar os sonhos a partir da linguagem simbólica, buscando identificar o que os seus significados, quais são os símbolos que aparecem nele, o que a criança sentiu durante o sonho e as suas impressões ao acordar. O psicólogo esclarece que, conforme vamos fazendo associações, conseguimos compreender melhor as mensagens inconscientes que estão sendo transmitidas.

Com que idade os sonhos começam?

Existem registros de atividades em bebês ainda no útero, mas quando a criança tem entre 3 e 4 anos de idade, é quando ela já tem um bom nível de maturação do sistema nervoso central e consegue diferenciar o sonho da realidade.

“Conforme ela vai adquirindo uma estrutura simbólica, começa a perceber as diferenças entre ambos”, diz Komonski.

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