Contato com ambientes verdes contribui para aperfeiçoar habilidades cognitivas, sociais, motoras e emocionais
Na sociedade urbana, cercada de cimento e prédios, o tempo ao ar livre em espaços verdes é cada vez mais escasso. Esse afastamento da natureza causado pela rotina nas grandes cidades afeta, e muito, a vida de todos, especialmente dos pequenos. Por isso, é essencial privilegiar momentos ao ar livre e desfrutar de todos os benefícios que ele pode proporcionar para o desenvolvimento integral das crianças.
“Quando está ao ar livre, a criança naturalmente exerce seus verbos genuínos: pular, correr, brincar, se movimentar. Essa é a própria linguagem da criança, é a forma como ela aprende e apreende o mundo”, ressalta Laís Fleury, coordenadora do projeto Criança e Natureza do Instituto Alana, organização que promove o direito e o desenvolvimento integral da infância. Ela diz que é por meio do corpo que a criança conhece a si e ao mundo, sendo que o ato de brincar na natureza potencializa essa relação.
Estudos recentes apontam que ambientes ricos em natureza ajudam na saúde física, mental e no desenvolvimento de habilidades cognitivas, sociais, motoras e emocionais.
Ao brincar de forma não estruturada, a criança exerce o seu senso de liberdade, além de entrar em contato com materiais vivos que reverberam no seu corpo e na sua alma. Porém, é preciso deixar a criança livre para explorar os seus potenciais. “Se o adulto está direcionando a observação e controlando os movimentos, a interação espontânea não acontece”, esclarece a coordenadora. Ela afirma que a nossa tolerância ao risco diminuiu muito, e isso pode atrapalhar a riqueza de experiências. “Oferecer oportunidades desafiadoras é importante para o desenvolvimento. Cabe aos adultos confiarem mais nas crianças”, aconselha.
Não é necessário viajar para um parque nacional ou ir ao parquinho todos os dias para usufruir dos benefícios da natureza. Muitas vezes basta brincar no quintal de casa, ir caminhando até a escola ou subir em uma árvore. “Advogamos muito para uma natureza possível. Valorizar passeios ao ar livre, um piquenique no final de semana e até a escolha de uma escola que proporcione a convivência fora da sala de aula. Entendo que é um olhar que valoriza e reconhece a importância de um estilo de vida mais ativo”, conclui.
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