Comportamento

Dia Universal da Criança: como estão os direitos da infância, um ano após a retomada das aulas presenciais?

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Mesmo após um ano da retomada das aulas presenciais, depois de quase dois anos de afastamento por conta da pandemia de Covid-19, muitos desafios ainda precisam ser superados. Isso porque a pandemia deixou consequências que ainda perduram. No Dia Universal da Criança, 20 de novembro, se torna ainda mais fundamental voltar as atenções sobre como estão os direitos da criança e do adolescente neste contexto.

Especialmente neste momento, é importante dar maior atenção e cuidado à saúde mental das crianças e adolescentes, valorizando os seus sentimentos e emoções.

“O desrespeito a esse direito tem ocasionado muitos quadros de ansiedade, angústia, depressão, ideação suicida e até mesmo levado ao suicídio”, alerta a especialista social da área de Total Care do Grupo Marista, Raimunda Caldas Barbosa.

Um outro fator é a dificuldade no desenvolvimento ou restabelecimento das relações sociais, principalmente entre pares. A especialista ressalta que essa situação causa complicações em criar vínculos afetivos significativos entre eles, o que também pode ser reflexo de um possível adoecimento mental. 

Como proteger as crianças?

Para resguardar as crianças, os seus responsáveis legais e demais adultos precisam garantir e promover a sua proteção integral. Isso significa assegurar o seu direito à saúde, ao brincar, a rir, a chorar, à sua identidade, alimentação, educação de excelência, entre outros direitos fundamentais para que eles possam ter um desenvolvimento saudável. 

“E para que esse desenvolvimento ocorra de forma satisfatória, é preciso promover ambientes seguros, livres de violência que privilegiem o diálogo e a sua participação nos assuntos que forem do seu interesse”, lembra Raimunda.

Quais foram os maiores impactos gerados pela pandemia entre as crianças?

O contexto pandêmico teve um impacto considerável no processo de sociabilização das crianças, que historicamente sempre tiveram o ambiente escolar como um dos seus principais espaços de potencialização. A especialista observa que, no retorno às atividades presenciais, muitas crianças, adolescentes e jovens apresentaram quadros de fobia social diagnosticados por profissionais da saúde mental.

Neste momento, é importante lembrar que a convivência (viver em companhia do outro ou outros) é imprescindível para auxiliar as pessoas no estabelecimento de relações pacíficas, harmoniosas, empáticas e respeitosas, gerando bem-estar e sentido de pertença. 

Por isso, é preciso trabalhar o direito ao diálogo, uma escuta respeitosa e empática e, principalmente, o respeito à diversidade. “Toda criança, adolescente e jovem deve ter assegurado e respeitado o seu direito de ser cidadão do mundo independente do credo, etnia, cor, gênero, deficiência, condição socioeconômica, região ou local de moradia ou qualquer outra condição que o diferencie”, explica a especialista.

Em primeiro lugar, é imprescindível respeitar as pessoas como sujeitos de direitos,  considerando o seu desenvolvimento peculiar e o melhor interesse da criança nas questões que lhes afetam. Desta forma, a mantemos protegida de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, conforme prevista no art. 5 do ECA.

É preciso, também, que sejam promovidos espaços intencionais de participação de crianças, adolescentes e jovens para ouvi-las e conhecermos as suas reais necessidades para atendê-las. “Toda sociedade precisa saber e se responsabilizar que viver uma vida livre de violências é um direito de toda criança, adolescente e jovem. Todos nós podemos promover, proteger e defender os seus direitos humanos fundamentais para uma vida com dignidade”, completa a especialista.

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