O temor, que costuma aparecer aos 3 anos, faz parte do desenvolvimento humano
Acender o abajur costuma ser um dos requisitos para iniciar a rotina do sono, especialmente quando falamos de crianças pequenas. O medo do escuro é muito comum e geralmente aparece aos 3 anos, quando começa a fase da imaginação, e geralmente é superado por volta dos 8 anos. O que muitas vezes pode parecer uma frescura, tem uma explicação biológica: o medo é uma resposta emocional que faz parte do desenvolvimento humano, sendo essencial para sobrevivência.
Ao longo do desenvolvimento, as crianças podem apresentar várias respostas de medo. “Quando bebês, podem temer ruídos. Por volta de um ano passam a ter ansiedade diante da separação, aos dois podem demonstrar medo de barulhos altos, como trovões. Já em torno dos três começa a fase da imaginação, e quando apagamos a luz a criança pode imaginar situações de perigo”, explica a psicóloga Thaise Lohr Tacla, professora do departamento de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR).
Nem sempre o medo pode ser considerado ruim, especialmente partindo da perspectiva de que ele faz parte do desenvolvimento emocional do ser humano. Segundo Thaise, o medo é uma reação de proteção do organismo. “O medo prepara o nosso corpo para fugir de situações de perigo”, explica. Tanto a ansiedade quanto o medo são emoções relacionadas à presença de ameaça, a diferença entre os dois é que o medo pode ser sentido quando um estímulo aversivo está realmente presente, enquanto a ansiedade é sentida em uma situação que sinaliza a apresentação de um estímulo aversivo.
Como ajudar?
Na hora de dormir, quando geralmente a criança se depara com o medo do escuro, a presença dos pais ou de alguém que lhe transmita segurança ajuda a enfrentar a situação. Thais faz algumas recomendações, como deixar o quarto com iluminação indireta, podendo ser luz do corredor ou do banheiro, até que a criança durma, por exemplo.
Também é importante validar o sentimento do filho, o acolhendo e conversando sobre o assunto, e oferecer algum brinquedo para a criança abraçar quando estiver medo. “Os pais devem atentar para os tipos de desenhos e filmes que a criança esteja exposta para que não sejam uma fonte eliciadora da resposta emocional”, alerta Thais.
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