Uso exagerado da tecnologia pode comprometer o convívio social e ocasionar alterações de humor
Qual mãe ou pai que nunca recorreu às telas para entreter a criança que atire a primeira pedra. Seja para conseguir finalizar um trabalho, arrumar a casa, ou mesmo terminar o almoço, os eletrônicos acabam servindo para aqueles momentos em que nada parece atender às necessidades dos filhos.
Como em um passe de mágica, quando estão assistindo a algum desenho ou jogando videogames, os pequenos parecem hipnotizados pelas cores e sons emitidos pelos aparelhos. Quando utilizada de forma inadequada, a tecnologia pode substituir silenciosamente o convívio social, incluindo a família, os amigos, o meio ambiente e as atividades físicas.
“Outras consequências do uso exagerado são sonolência diurna, queda na atenção, dor de cabeça, ansiedade e alteração de humor.”
Desafio
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), crianças de até cinco anos de idade não devem passar mais de 60 minutos por dia em atividades passivas diante de uma tela de smartphone, computador ou TV. Porém, para as crianças que nasceram na era digital, é um desafio evitar o contato com a tecnologia, sendo que os próprios pais checam o celular milhares de vezes ao dia, trabalham no computador e fazem uso constante de tablets.
“Tenho percebido que muitas crianças, antes mesmo de iniciarem o processo de alfabetização, aprendem a digitar o nome no computador em vez de praticar a escrita em um caderno de caligrafia, por exemplo.”
Sendo assim, a psicóloga afirma que os pais precisam analisar se a criança tem maturidade emocional para utilizar essas ferramentas de forma saudável.
“Cada família apresenta valores diferentes e é ela que define se o filho consegue administrar o tempo conectado sem atrapalhar o desempenho escolar, a interação social, a escrita à mão e a criatividade.”
Propor atividades é o segredo
Uma das formas mais eficientes de controlar o uso de telas é propor atividades, passeios e brincadeiras, utilizando o tempo de forma mais saudável. Se a criança já está habituada a passar horas em frente à TV, por exemplo, é aconselhável diminuir aos poucos a exposição, para a mudança não ser tão brusca e, com isso, seja aceita com mais tranquilidade. Não é preciso cortar completamente, mas priorizar programas de qualidade e adequados à faixa etária do filho.
Confira algumas dicas de como diminuir o tempo em frente às telas:
- Ofereça outras propostas: alternativas simples como um passeio no parquinho, desenhar ou montar uma cabaninha envolvem as crianças em um universo lúdico, e normalmente funcionam para atraí-las para outras atividades.
- Tempo de ócio: ficar “sem fazer nada” é essencial para que a criança desenvolva a sua criatividade e experimente as suas próprias brincadeiras, por isso é importante deixar tempo livre para que o filho explore e descubra o que gosta de fazer.
- Controle o tempo: evitar completamente o uso de telas é quase uma utopia, mas é possível controlar o tempo de uso e garantir mais qualidade de vida para a criança, respeitando a sua individualidade e sem proibir o acesso.
- Descubram juntos: realizar alguma atividade juntos, como escolher um filme especial ou aprender novas habilidades por meio de aplicativos, podem ser boas formas de diversão e aprendizado em conjunto.
- Dar exemplo: desgrudar do celular durante as refeições e interagir com os pequenos, praticar atividades ao ar livre, brincar mais, olhar no olho, abraçar ajudam a construir uma relação de confiança e diminuir o tempo em frente às telas.
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