Dia Internacional da Pessoa com Deficiência tem a intenção de conscientizar a sociedade sobre a importância da inclusão
O Dia Internacional da Pessoa com Deficiência é comemorado anualmente no dia 3 de dezembro. A data, criada pela Organização das Nações Unidas em 1992, tem o objetivo de conscientizar sobre os direitos humanos e promover melhor qualidade de vida para as pessoas com deficiência.
Qual é o papel da escola no protagonismo das pessoas com deficiência?
A escola e toda a comunidade educativa tem papel fundamental no protagonismo das pessoas com algum tipo de deficiência ou transtorno. Para isso, é importante deixar de focar nas limitações que, muitas vezes, são resultado de barreiras impostas pela própria sociedade.
“Precisamos garantir acesso à educação comum e de qualidade, entender que deficiência não é uma doença e que todas as pessoas aprendem e possuem potencialidades”, ressalta Regiane Ruivo, especialista da área de Total Care do Grupo Marista
O ambiente escolar também é local de promoção da autonomia e independência, que deve promover acolhimento, aprendizados e qualidade de vida para todos, independentemente da sua condição.
“Este é o caminho para a construção de uma sociedade mais justa, equitativa e que promove a proteção e garantia de igualdade de direitos para todas as crianças, adolescentes e jovens”, reflete Regiane.
Como promover os direitos das pessoas com deficiência?
Para que as pessoas com deficiência sejam respeitadas e atuem como protagonistas na sociedade, é necessário o engajamento desse público em busca de conhecimento dos seus direitos. A especialista em Inclusão e Diversidade, Mirella Prosdócimo, ressalta que informação é imprescindível para buscar a garantia de direitos.
“Ainda precisamos lutar para que as leis sejam cumpridas e mostrar a importância de uma sociedade que inclua todas as pessoas, independentemente de suas características”, afirma.
Também é preciso dar visibilidade a esse grupo, oferecer espaços para que possam colocar suas opiniões, desejos, críticas e pensamentos.
“O desafio é garantir espaços que não estimulem a cultura do assistencialismo e que não reforcem estereótipos e visões preconceituosas. Não adianta dar voz e, ao mesmo tempo, reforçar o preconceito”, lembra Manoel Negraes, antropólogo, consultor em audiodescrição e que tem baixa visão.
Quais são os principais desafios?
“Acredito que o maior desafio para inclusão de pessoas com deficiência na sociedade ainda é a forma como somos vistos e percebidos por esta sociedade”, afirma Mirella, que é tetraplégica desde os 17 anos.
“Enquanto ainda formos vistos com preconceito, não nos serão dadas oportunidades para provarmos que não somos coitadinhos e incapazes. Muito pelo contrário, com oportunidades, cada vez mais poderemos mostrar o nosso potencial”.
É preciso garantir protagonismo e contribuir com uma mudança cultural em relação à deficiência, que requer reflexão e vivência diárias. Negraes enfatiza que, nesse sentido, pais e escolas têm um papel fundamental.
“Muitas vezes, eles reproduzem o preconceito e o capacitismo, ao invés de contribuírem para essa mudança cultural. Quando são oferecidas as condições necessárias, às pessoas com deficiência estudam, trabalham, se divertem, constroem suas famílias, contribuem para a sociedade”.
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