Confira as reflexões de nosso especialista José Carlos sobre essa data tão especial
O Natal é uma das festas mais importantes para os cristãos, pois é a memória do nascimento de Jesus, o Filho de Deus, um grande sinal para a humanidade. O sorriso divino pousou sobre as nossas misérias, devolveu a esperança e nos abriu todas as possibilidades futuras. Porém, como celebrar o Natal nesse ano tão complexo e diferente? Como festejar com distanciamento social? Como rever os familiares diante do crescimento da pandemia?
Precisamos nos inspirar em Maria, que acolheu o Menino Jesus em seus braços e em seu coração. Ela não tinha lugar e nem contexto para celebrar o nascimento de seu filho, mesmo assim, com todo o seu carinho de mãe, fez daquele acontecimento um momento único. Façamos do nosso coração a própria manjedoura onde o menino Jesus nasce. Encharcados por essa novidade, renovemos nosso sentimento de esperança diante de um mundo marcado pela globalização da indiferença.
Há mais de dois mil anos atrás, ele não nasceu numa grande festa, numa aglomeração de pessoas, pelo contrário, veio pobre e foi acolhido numa estrebaria com alguns animais e pelas pessoas mais próximas, Maria e José. É nesse contexto de núcleo íntimo que precisamos celebrar o Natal. Com as pessoas que estiverem junto de nós, independentemente de quem são, ou da posição que ocupam em nossas vidas e histórias. Os amigos, parentes e familiares, poderemos visitá-los em outras oportunidades, como fizeram os pastores e os reis magos, depois de um tempo que Jesus tinha nascido. Todavia, nada nos impede de utilizarmos os recursos tecnológicos atuais para estarmos juntos virtualmente. E os abraços e a alegria presencial podem ser agora poupados para entregarmos com maior júbilo no próximo ano.
Somos chamados a abrir caminhos para o diálogo e a construir pontes de amor de forma diferente, evidenciando assim, os sinais da “nova humanidade nascida em Cristo” que está presente entre nós. A fé em Jesus é o vínculo que une a todos e garante que experimentemos os sinais do Reino de Deus: o amor, a benevolência, a liberdade e a graça (Ef 1,3-8). E para isso acontecer, devemos abrir nossas mentes e corações para Jesus repousar, com práticas de espiritualidade que unem fé e obras, colocando nossas mãos a serviço dos outros, numa dimensão de profunda alteridade e respeito pela saúde de todos.
Convidamos vocês a olharem o futuro com esperança, com a certeza de que junto ao Cristo encontramos vida nova, pois “nele somos novas criaturas” (Cf. 2 Cor 5,17). Nesse Natal, deixemos Deus agir em cada um, independentemente de onde estivermos ou com quem celebraremos, o importante é a opção pessoal de abertura para que o menino Jesus possa crescer dentro de nós, com atitudes de solidariedade e de cuidado, pois os primeiros passos de uma educação significativa começam pelo exemplo em nossos lares. E concomitantemente passa a ser vivenciada na escola e na sociedade que se transforma a partir das ações concretas de cada ser humano que entende o verdadeiro espírito natalino, a vivência do amor, do perdão e da misericórdia.
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