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Como surgiu o setembro amarelo e qual a sua importância 

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Nos últimos anos, o debate sobre a importância de cuidar da saúde mental ganhou muita amplitude. Não à toa, a Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou números que reforçam a relevância desse tema, atestando que quase um bilhão de pessoas sofrem com alguma questão de saúde mental. 

O crescimento dos números de casos de suicídio também chama a atenção. Na última década, o aumento foi de 43% no Brasil, sendo que a maior parte dos casos se concentra entre adolescentes e jovens, sobretudo os da faixa etária de 15 a 19 anos

Esse triste cenário reforça o papel da campanha do setembro amarelo, criada para trazer visibilidade, conscientização sobre o tema e, sobretudo, discutir ações para prevenir suicídios. Neste artigo, vamos falar mais sobre como surgiu o setembro amarelo e seu valor para escolas e famílias. 

O que é setembro amarelo? 

O setembro amarelo marca o mês mundial voltado à prevenção do suicídio. No Brasil, a campanha foi criada em 2014 por iniciativa do Centro de Valorização da Vida (CVV) em associação com o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP). 

O intuito dessa campanha é destacar a relevância desse tema e a importância de ampliar tanto o debate quanto discussões sobre formas de oferecer mais acolhimento e assistência a fim de prevenir esses casos. 

Como e por que surgiu a campanha? 

A história de como surgiu o setembro amarelo remonta ao início dos anos 1990, e é associada ao suicídio do jovem Mike Emme, nos Estados Unidos, de apenas 17 anos. 

Seu suicídio repentino pegou a família e todos que o conheciam de surpresa. Ninguém jamais poderia imaginar que o rapaz conhecido como alguém alegre e carinhoso teria a intenção de tirar a própria vida. 

No seu funeral, amigos, familiares e pessoas próximas distribuíram fitas amarelas (a cor do carro de Mike) e cartões com a frase “Se precisar, peça ajuda”. 

Com isso, a frase e a cor se tornaram símbolos da campanha e, anos depois, a OMS formalizou 10 de setembro como o Dia Mundial da Prevenção ao Suicídio. 

Qual a importância da campanha? 

A importância da campanha do setembro amarelo é ímpar justamente por quebrar tabus e eliminar estereótipos e estigmas sobre o tema. 

Considerando o aumento de casos e a crescente preocupação com a saúde mental da população, o setembro amarelo, reforça a relevância da abordagem do tema e de disponibilizar informações a respeito da prevenção e enfrentamento ao suicídio. 

Apesar de o suicídio ser uma questão de saúde pública, ele ainda é um tema velado. Isso faz com que pessoas em sofrimento sintam vergonha e culpa por pensarem em tirar a própria vida, não procurando ajuda ou mesmo não encontrando com quem conversar. Isso aumenta os riscos de uma ideação ou tentativa de suicídio. 

Qual o papel da escola em tratar sobre o tema? 

Considerando os dados da OMS, os adolescentes representam o maior número de vítimas de suicídio. Além disso, números da mesma instituição indicam que a incidência de autolesões não suicidas pode chegar a até 60% das pessoas nessa faixa etária. 

Sendo assim, embora estigmatizado é de grande urgência e importância falar sobre o assunto, para possibilitar canais de comunicação que previnam tais situações e conscientizar famílias a identificarem sinais a esse respeito tema.  

Nesse sentido, como crianças e adolescentes passam grande parte do seu tempo na escola, é fundamental que a comunidade do ambiente educacional esteja atenta e disponível para ajudar em relação a esse tema, sobretudo no que diz respeito à saúde mental, um aspecto que pode ser muito afetado — nesse período da vida — por questões como bullying e pressões familiares. 

Algumas ações preventivas que a escola pode adotar incluem: 

  1. informação e conscientização: divulgar conhecimento de fontes confiáveis sobre saúde mental e promover debates, projetos e campanhas para alertar estudantes, docentes, outros profissionais escolares e as famílias; 
  1. identificação: mapear e mediar casos de conflito, bullying, etc. e tentar reconhecer possíveis sinais e comportamentos de estudantes em sofrimento, como as autoagressões; 
  1. acolhimento: oferecer ajuda e estar disponível para escutar e falar sobre o tema sem julgamentos; 
  1. orientação e ação: oferecer ajuda ou encaminhar o estudante para um apoio especializado; 
  1. educação virtual: com certos canais da internet alimentando uma espécie de cultura da automutilação, é importante discutir em sala sobre o percurso dos adolescentes no ambiente virtual a fim de evitar o contato com tais ambientes; 
  1. incentivo a hábitos saudáveis: as escolas podem estimular o desenvolvimento de rotinas que incluam padrões de horário para dormir, realização de exercícios físicos, lazer com a família, entre outras práticas positivas para a saúde mental e física. 

É fundamental destacar que a instituição deve abordar o tema com foco na valorização à vida ou na promoção de habilidades socioemocionais, e não especificamente na temática suicídio. 

Qual o papel dos pais e responsáveis no cuidado à saúde mental de crianças e adolescentes? 

As famílias também têm um papel fundamental na promoção a saúde mental de adolescentes e crianças por meio de vínculos afetuosos e fortes que promovam suporte social. Assim, é importante manter um ambiente familiar saudável e o diálogo aberto com os filhos. 

Conversar sobre emoções, frustrações, estresse, conflitos e outros dilemas de forma aberta, sem julgamentos e com acolhimento, é vital para que o adolescente ou jovem se sinta mais à vontade para se abrir. 

Além disso, essa prática de acolhimento traz proximidade, o que pode ajudar pais e cuidadores a reconhecerem possíveis sinais e mudanças de comportamento. A família deve educar desenvolvendo valores como a empatia, tornando-os mais sensíveis às necessidades e sofrimentos de outras pessoas. 

Agora que você já sabe como surgiu o setembro amarelo e sua importância, garanta que a conversa sobre saúde mental seja uma constante, tanto no ambiente familiar como na escola.  

Em meio a desafios cada vez mais complexos enfrentados pelos jovens e adultos em nossa sociedade, é fundamental lembrar que todos nós desempenhamos um papel crucial na construção de um ambiente de apoio.  

O Setembro Amarelo nos convida a estender nossas mãos com empatia, lembrando que, muitas vezes, um gesto simples de ouvir alguém pode fazer uma diferença profunda na vida do outro. 

À medida que buscamos uma sociedade mais saudável mentalmente, lembremos que a conversa sobre saúde mental não é apenas uma vez por ano, mas uma jornada contínua que começa em casa, na escola e se estende a todos os lugares onde compartilhamos nossa humanidade. 

Para aprofundar seus conhecimentos sobre o tema, recomendamos que leia também nosso artigo sobre como cuidar da saúde mental dos adolescentes

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