É importante motivar os alunos para que sejam considerados parte do processo de aprendizado, e não simples observadores
Motivar os alunos pode não ser uma tarefa fácil. A clássica pergunta “professor, vale nota?” está muito presente e estigmatizada no dia a dia das escolas. O questionamento acaba encontrando refúgio na prática de aplicar avaliações para verificar a evolução do estudante por meio de notas. Para quebrar esse hábito, as práticas pedagógicas devem estar pautadas em métodos avaliativos variados. Dessa forma, considerando o aluno parte de um caminho que deve ser trilhado em conjunto.
O coordenador do Colégio Marista Anjo da Guarda, em Curitiba, Jefferson Moreira, afirma que toda a prática pedagógica tem diversas formas de ser aplicada.
“À medida que variamos nosso método de avaliação, conseguimos desmistificar e romper com a simplificação de chegar a uma nota ou conceito final”
Como motivar os alunos a participarem?
Trabalhar com metodologias ativas é uma das maneiras de integrar o estudante. Nesse formato, o professor cumpre o papel de orientador e cada aluno assume o protagonismo de um projeto. Ao contrário do método tradicional, não existe prova nem atribuição de nota. A avaliação está presente tanto no percurso quanto no produto final, que é planejado e definido em conjunto.
Nas aulas, o estudante deve estar envolvido como agente produtor do conhecimento.
“É importante que ele seja desafiado, que se produza atividades, projetos e sequências e que participe ativamente”
Acima de tudo, é fundamental que o aluno perceba os benefícios de seu desenvolvimento do ponto de vista pedagógico. Promovendo autonomia, formação crítica e ampliando os seus horizontes.
Outras formas de estimular a participação dos alunos são os fóruns participativos. As assembleias de sala, movimentos pastorais, a atuação deles como representantes de sala e afins. Esse conjunto de atividades, ressalta o coordenador, contribui com a implementação de uma cultura que origina responsabilidade, atitude, respeito e interesse.
Como sair do padrão de estudar para tirar nota
Ter alunos envolvidos no processo de construção do conhecimento é objetivo de todos os nós com a comunidade escolar, ressalta Moreira.
“A figura do aluno passivo, ouvinte e apenas reprodutor se afasta do ideário na mesma medida que muda o papel que o professor exerce em sala de aula e a própria forma que a escola organiza sua rotina”
Ele acredita que, quando o estudante compreende a importância do aprendizado, há a chance de romper com hábitos de “estudar para a prova” ou de “estudar para tirar nota”.
A faixa etária onde mais se percebe uma desconexão entre alunos e escola é no final do Ensino Fundamental e Ensino Médio. Moreira acredita que isso se deva ao fato de que nesta idade os jovens têm mais necessidades de estar em grupo. Assim, o colégio aparece como um local onde se estabelecem essas relações de fortalecimento do grupo.
“E no meio de tudo isso está o desafio de ensinar, educar e envolver”
Como integrar a família no cotidiano escolar?
O envolvimento da família deve ser previsto em diferentes momentos, em eventos abertos à comunidade como celebrações, festas, jogos e festivais. Também é importante mostrar a produção científica e cultural. Com isso, criam-se alicerces para a participação de mães, pais, tios e avós, incentivando o envolvimento e a construção de um canal de integração.
Outra questão de fundamental importância para motivar os alunos é a construção de canais de atendimento que realmente aproximem, informem e as deixem seguras do que acontece no colégio.
“É essencial que a escolha por aquele projeto de ensino esteja em consonância com seus princípios, ações, crenças e métodos”, frisa o coordenador.
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