As festas juninas são comemorações tradicionais brasileiras, realizadas em todo o país e que reúnem dança, comidas típicas regionais e brincadeiras. A celebração teve início para festejar a chegada do solstício de verão no hemisfério norte. No Brasil, foi transformada em uma homenagem aos santos São João, Santo Antônio e São Pedro.
Além de ser um momento de diversão, as comemorações também são uma oportunidade para aprender sobre as raízes culturais, históricas e geográficas das festividades. Portanto, nada melhor do que aproveitar esse período para vivenciar as festas juninas e conhecer mais sobre as tradições brasileiras.
Festa junina é tradição popular
“As festas juninas são a essência das tradições populares, um espaço em que as mais diversas manifestações culturais eclodem do coração do povo, com as características específicas de cada região”, ressalta o coordenador do Centro Cultural Ir. Eduardo D’Amorim, do Colégio Marista Natal, Carlos Henrique Sobral Câmara.
O coordenador lembra que as festas ainda são um espaço de vivência, de resgate cultural das manifestações transmitidas de geração para geração, que são vivenciadas apenas neste período.
“As manifestações populares são caracterizadas pela espontaneidade das comunidades, da religiosidade, das crenças, da vivência e da história, que são abraçadas pelo povo e transformadas em alegria”, observa. No Colégio Marista Natal, por exemplo, a cada ano a festa junina celebra um município do Estado, em 2024 o homenageado é Caicó, situado no Agreste Potiguar.
Confira outras curiosidades interessantes sobre as festas juninas:
1. Comemorações são diferentes em cada região
As diferentes regiões do Brasil comemoram o São João de diversas maneiras. No Nordeste, são realizadas grandes festas. O “arraiá” de Campina Grande, na Paraíba, por exemplo, é considerado a maior festa junina do país e o de Caruaru (PE) é o mais tradicional.
As celebrações no Norte encenam histórias folclóricas, como a lenda do Boto e a tradição do Boi-Bumbá. Além disso, existe uma dança típica chamada Carimbó, que mistura elementos das culturas indígena, africana e portuguesa.
Já no Centro-Oeste, há tradições como a lavagem dos santos homenageados nas festas e apresentações de cururu, com danças e cantigas sobre eles. Na região Sudeste, as quermesses se destacam, e por fim, no Sul, ouve-se muito sertanejo e vanerão acompanhado de fogueiras e quentão.
2. Festividades são um apanhado de diferentes culturas
A festividade, que iniciou para marcar o início do verão na Europa, se tornou uma celebração dos santos católicos em agradecimento pela colheita. Depois, incorporou elementos como a quadrilha, que vem da dança francesa quadrille.
Foram incorporados aspectos da cultura indígena quando houve uma união com a festa tupi do milho, que ocorria em agosto e marcava o início do ano novo. É daí que vieram a maioria dos quitutes juninos, como canjica, ou mungunzá; pamonha; pipoca; bolo de fubá e milho-verde. Até mesmo o quentão é uma influência de uma bebida guarani chamada cauim, feita de milho fermentado.
3. Outros países também têm comemorações semelhantes
Principalmente na Europa, muitos países mantêm as tradições juninas. Alguns exemplos são Portugal, Alemanha, Noruega, Dinamarca e Polônia. Entre os elementos em comum com as nossas festas, estão a quadrilha, as fogueiras e a homenagem a São João.
4. A origem das bandeirinhas
As bandeiras com imagens de São João, Santo Antônio e São Pedro eram espalhadas para decorar as festividades. Com o tempo, foram se transformando nas bandeirinhas pequenas e coloridas que se tornaram tão características do período junino.
5. Dança e roupas típicas
A dança, conhecida como quadrilha, e as roupas típicas são itens indispensáveis da festa junina. Antigamente, as festas aconteciam nas cortes e as mulheres tinham que usar vestidos grandes e rodados. Os vestidos de quadrilha surgiram daí, e foram se transformando com o uso de tecidos coloridos e adereços, como a chita e fitas de cetim.
