Inovação na sala de aula

A tecnologia ajuda a estimular a leitura e a desenvolver o pensamento crítico

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Nossas crianças são nativos digitais, termo utilizado para descrever o jovem que nasce em uma realidade com tecnologias digitais. Tecnologia esta que tem provado ser muito valiosa para amparar a prática da leitura e da escrita, acesso universal ao conhecimento, colaboração profissional e educação escola-casa. A alfabetização ainda é a base para a escolarização e o alicerce para a formação de um cidadão produtivo. Portanto, um dos maiores desafios da educação mundial hoje é formar bons leitores.  

A prática da leitura tem passado por mudanças radicais nos últimos anos. Desde vídeos em alta definição e jogos de realidade virtual, a áudios de altíssima qualidade, o ato de ler livros impressos compete de igual para igual com tantas outras fontes de informação e literatura. O bom de tudo isto é que nunca houve momento melhor para quem gosta de ler como agora, em que o acesso a qualquer tipo de conteúdo é facílimo e bem mais barato. Imaginemos que no século XVIII somente as famílias com altíssimo poder aquisitivo e os cléricos possuam livros, ou acesso a bibliotecas.

Não podemos discutir sobre a tecnologia da leitura sem falarmos em livros digitais. O Kindle, por exemplo, é um aparelho que oferece uma leitura muito dinâmica, com conteúdo duradouro e a baixo custo.

Em tempos de minimalismo e ecologia, muito se discute sobre o espaço que os livros impressos ocupam e na forma com que são produzidos. Os gadgets de papel eletrônico, também chamado de e-ink em Inglês, já oferecem uma leitura sem riscos para a visão, além de serem altamente eficientes no que diz respeito a uso de baterias e eletricidade, diferentes de outros aparelhos que continuam consumindo energia elétrica se continuam no modo de descanso.

Ted Hasselbring é pesquisador de educação especial na Universidade de Peabody College of Vanderbilt, no estado americano do Tennessee, e passou mais de duas décadas estudando como a tecnologia pode ajudar pessoas com dificuldade com leitura e matemática. Suas descobertas envolvem cinco fatos principais:

Tecnologia

1. A tecnologia é altamente adaptável

Possibilita ao professor trabalhar melhor com turmas heterogêneas avaliando os alunos durante seu aprendizado para responder adequadamente ao seu ritmo.

2. A tecnologia favorece a prática personalizada

É preciso praticar muito durante a alfabetização, mas cada aluno possui suas próprias necessidades de aprendizado.

3. A tecnologia está disponível a qualquer hora e em qualquer lugar

O aprendizado mais duradouro e eficaz é aquele que continua acontecendo fora da sala de aula. Além de viabilizar mais o trabalho colaborativo, aulas virtuais quando os alunos estiverem viajando e aprofundamento de conteúdo quando algo realmente interessa o aluno.

4. A tecnologia é ótima em processar e armazenar dados

Imagine o professor podendo, em apenas um clique, visualizar todos os registros do processo de aprendizado de um aluno com dificuldade, resultando em um plano de estudo personalizado e mais eficaz.

5. A tecnologia é motivante 

Para um aluno acostumado a ir mal na escola, o sucesso é uma enorme motivação. Assim como corredores e ciclistas armazenam seus treinos diários em aplicativos de performance física, alunos com dificuldade em leitura conseguem acompanhar seu desempenho e comemorar suas conquistas.

Será então o fim das editoras e dos livros impressos? Especialistas e o mercado dizem que não, pois a tecnologia não tende a ser algo excludente, muito pelo contrário. A função da tecnologia como aliada à prática da leitura é garantir que todos possam desfrutar do prazer de ler, fornecer uma educação sem fronteiras, e guiar os jovens pelos caminhos da criticidade.

A leitura crítica nos ajuda a compreender que tudo o que lemos não é um fato, e sim, a visão e opinião do escritor. Dotados desta atitude mais empática, podemos nos tornar melhores cidadãos.

Fontes: Reading Rockets e Educational Leadership