Mesmo que normalmente sejam inofensivas, essas pequenas mentiras do dia a dia costumam preocupar os pais
Quem nunca pegou o filho no pulo, dizendo que já tomou banho, mesmo que esteja com a roupa toda suja? As mentiras são comportamentos comuns na infância e não há nada de errado nisso. Situações como essa acontecem porque, por volta dos 3 anos, começa a construção da personalidade, o que resulta em querer expressar as suas próprias vontades. Na situação do banho, por exemplo, a criança quer fazer valer a sua vontade de não tomar banho, mas sabe que não será atendida se disser isso aos pais. Então, a saída que encontra é mentir, como forma de atender ao que os adultos esperam dela ou até mesmo como uma maneira de escapar de possíveis broncas.
Mesmo que normalmente sejam inofensivas, essas pequenas mentiras do dia a dia costumam preocupar os pais. Para incentivar o filho a dizer a verdade, independentemente da situação, é apostar no diálogo aberto. Assim, com confiança e segurança, a tendência é que o filho perceba que não precisa utilizar desses artifícios para não “decepcionar” os pais. Neste momento, o mais importante é agir com empatia, acolhendo a criança e procurando compreender o motivo dela ter mentido. É preciso paciência por parte dos pais para explicar que falar a verdade é importante, mas sem repreender a criança por causa disso.
Mentira x fantasia
Há uma grande diferença entre a mentira e a imaginação infantil. A fantasia é quando a criança se transporta para um mundo paralelo por meio da imaginação. É um recurso para lidar com o mundo real e possibilita compreender sentimentos e desejos, criando um repertório próprio de interpretação do seu entorno.
“Muitas vezes ela não está mentindo, mas sim fantasiando. Quando estiver fantasiando, é importante tomar cuidado para não a desestimular e dizer que ela está mentindo”, ressalta a psicóloga Michelli Duje.
A mentira é um recurso geralmente utilizado por crianças por volta dos 7 anos, quando já compreendem as regras sociais e possuem capacidade de argumentação. Porém, também existe um motivo para ela existir, é uma forma que ela encontra para defender os seus pontos de vista, ainda que não seja da melhor forma.
Veja como agir da melhor forma quando o filho mentir:
1- Estar aberto ao diálogo e escutar a criança com atenção, e não a julgar;
2- Explicar que pode contar a verdade, seja qual for a circunstância;
3- Acolher e buscar compreender porque o filho mentiu por meio de uma conversa pacífica;
4- Mostrar porque a mentira pode ser prejudicial, com exemplos práticos;
5- Não expor a criança quando ela mentir, mas tentar compreendê-la, gerando confiança.
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