O que são as metodologias STEAM e STEM?

A educação está se reinventando constantemente e, no cerne dessa transformação, estão as metodologias STEAM e STEM, verdadeiras protagonistas da inovação educacional.

Essas abordagens são desenvolvidas com o objetivo de preparar os estudantes com as ferramentas necessárias para navegar em um mundo dominado por diversas áreas do conhecimento.

O que realmente destaca a metodologia STEAM, no entanto, é a sua aposta na arte como uma peça fundamental do quebra-cabeça, enriquecendo o processo de aprendizagem com uma perspectiva criativa e crítica que amplia a visão tradicional de educação científica e tecnológica.

Neste artigo, vamos falar um pouco sobre esses conceitos e entender como eles influenciam no âmbito educacional. Acompanhe!

Conceito das metodologias STEAM e STEM

A metodologia STEM, sigla que traduzida para o português significa “Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática”, ainda é pouco conhecida aqui no Brasil, mas já é utilizada em vários lugares ao redor do mundo. Há também a variação da sigla para STEAM, que inclui as Artes.

É importante destacar que as siglas STEM e STEAM, quando traduzidas, referem-se a áreas de conhecimento amplas. Porém, no contexto educacional do Brasil, termos como “Ciência” e “Arte” são compreendidos como componentes curriculares específicos, e não como áreas de conhecimento.

Geralmente voltado para os anos iniciais da Educação Básica, o objetivo das metodologias STEM e STEAM é sair do contexto de aulas essencialmente expositivas, direcionando os estudantes a aprender de forma mais integrada, prática e divertida.

Ou seja, é uma maneira de ensinar assuntos relacionados às ciências exatas com jogos, brinquedos, resolução de problemas e questões ligadas ao dia a dia.

Essas metodologias podem ser utilizadas de maneira lúdica na confecção de brinquedos no ambiente escolar e, até mesmo, em casa, inserindo a ideia do hands on (mão na massa) ou a cultura maker (faça você mesmo). Com essa prática, muitos conteúdos escolares podem ser relacionados.

“Ao definir o tamanho do brinquedo, podemos relacionar com conteúdo de Matemática. Já para conseguir determinados movimentos, precisamos aliar conhecimentos de Ciências e Tecnologia”, explica a professora de Ciências dos Anos Iniciais e da Educação Infantil da Unidade Marista Paranaense Karyne Baptista de Souza Cruz.

Qual é a diferença entre metodologias STEAM e STEM

As metodologias STEAM e STEM são conceitos educacionais que moldam mentes curiosas e criativas, mas de formas ligeiramente diferentes.

STEM, que abrange Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática, foca em um aprendizado prático e interdisciplinar. Essas áreas se entrelaçam para formar uma base sólida de conhecimento técnico e aplicado.

Adicionando o “A” de Arte ao STEM, temos o STEAM, que traz um colorido extra ao aprendizado, salientando a importância de integrar a criatividade e o pensamento crítico no processo. Esse elemento artístico visa enriquecer a experiência educacional, tornando-a completa, mais acessível e humana.

Metodologia STEAM e STEM na prática

Para dar início a um projeto de metodologia STEAM ou STEM, primeiro é preciso definir o projeto, que pode ser um robô, um foguete ou uma casa, por exemplo.

O próximo passo é escolher os principais materiais a serem utilizados, que normalmente incluem caixas de papelão ou garrafas pet, tampinhas ou palitos de sorvete.

“Ao organizar o material reutilizado, a criança também relaciona com sustentabilidade. Neste momento, o adulto pode ir relacionando estes conceitos”, ressalta a professora.

Um bom exemplo de criação com metodologia STEM é a produção de um robô com materiais que encontramos em casa

“Podemos calcular o tamanho necessário que teremos que fazer, pôr a mão na massa e criar toda a sua estrutura com caixas de papelão ou garrafas pet, tampinhas, palitos de sorvete, caixa de ovos, latas de alumínio, potinhos plásticos, ou seja, o que for mais fácil de encontrar e usar”, aconselha Karyne.

A escolha do ambiente também é importante

“Opte por um local que se possa fazer bagunça, para sujar ou derrubar as coisas sem se preocupar”, lembra a professora.

É essencial que um adulto seja o mediador da atividade no processo

“Ao final, o adulto pode fazer questionamentos sobre como aquele brinquedo pode ser usado, quais outras funções ele teria e, principalmente, relacionar o processo de elaboração com o cotidiano”, ressalta.

Como a metodologia STEM pode ser aplicada na escola?

A professora Karyne ainda explica que as metodologias STEAM e STEM podem se encaixar no currículo da estrutura escolar, ou então como metodologias ativas, aplicados a alguns níveis de ensino, em disciplinas integradas ou áreas do conhecimento.

A reorganização de espaços da escola para melhor acolhida da metodologia e sua aplicação também se faz necessária. No ambiente da sala, por exemplo, as salas com carteiras enfileiradas podem ser substituídas por espaços multifuncionais, com mesas maiores para gerar espaços de diálogo e criação.

Utilização de cadeiras ou até mesmo pufes para rodas de conversa é outra opção, assim como a

disponibilização de tecnologias digitais, ferramentas e equipamentos para estudo, pesquisa e produções.

Karyne lembra que é essencial o planejamento por parte do professor, delimitando metas e objetivos que serão alcançados com a aplicação da metodologia STEM, o que o estudante precisa aprender de conteúdo e o que pretende que ele possa criar como produto ou solução de problemas, ou seja, quais habilidades serão desenvolvidas.

Além disso, como qualquer disciplina ou área de conhecimento, é preciso fazer a verificação da aprendizagem para diagnosticar a assimilação dos conteúdos. Dentro da metodologia STEM, isso vai muito além da avaliação escrita.

“Deve ser feita a verificação de todo o processo, da participação e envolvimento, busca pela solução do projeto ou problema, a interação com demais colegas, a efetiva participação das etapas que surgiram, a execução do projeto ou confecção de um produto, o apontamento de soluções para os problemas e a autoavaliação”, explica a professora.

Quais são os principais benefícios do uso dessas metodologias?

Os principais benefícios das metodologias STEAM e STEM são:

desenvolvimento da criatividade: incentiva tanto os estudantes quanto os professores a explorarem sua criatividade e a fazerem descobertas, transformando o ambiente educacional em um espaço dinâmico de inovação e criação;
participação ativa dos estudantes: fomenta a autonomia dos estudantes, incentivando uma participação mais ativa e engajada no processo de aprendizado, o que fortalece seu senso de responsabilidade e curiosidade;
inovação pedagógica: transforma o ensino tradicional, evoluindo para uma abordagem mais interativa e dinâmica que prioriza a construção conjunta do conhecimento ao invés da mera transmissão de informações;
protagonismo: o estudante assume o papel principal em seu processo educacional, tornando-se ativo na busca e na construção do conhecimento, o que estimula seu envolvimento e interesse;
maior interação: aumenta a interação entre os estudantes e os professores, promovendo um ambiente de aprendizado colaborativo e suporte mútuo;
novo papel do professor: reconfigura o papel dos educadores, que passam de detentores exclusivos do conhecimento para facilitadores ou mediadores do processo de aprendizagem, valorizando as contribuições de todos no ambiente educacional;
resolução de problemas: encoraja a resolução de problemas e o desenvolvimento de projetos de forma integrada com o mundo real, preparando os estudantes para aplicar o conhecimento de maneira prática e relevante;
aprendizado significativo: proporciona uma aprendizagem contextualizada, onde os estudantes podem compreender e conectar a teoria com a prática, abrangendo várias áreas do conhecimento de forma holística;
conexão com a realidade: estabelece ligações diretas entre os conceitos estudados e as situações reais, tornando o aprendizado mais relevante e aplicável à vida dos estudantes.

Importância da inserção de Metodologias Ativas como mediadoras do aprendizado

As Metodologias Ativas, essenciais em STEAM e STEM, colocam realmente os integrantes da sala de aula no comando do seu próprio aprendizado. É tudo sobre explorar, solucionar problemas e tomar decisões.

Não se trata apenas de seguir um único caminho, essas metodologias abrem um leque de possibilidades, respeitando como cada um aprende e avança.

Ao promover a interação, a colaboração e a aplicação prática do conhecimento, as Metodologias Ativas estimulam a autonomia e preparam os estudantes para os desafios reais do mundo contemporâneo.

Nas unidades Maristas, pensamos essa dinâmica como uma abordagem integrada, e não meramente como metodologia. Aqui, entrelaçamos os componentes de STEM e STEAM, enriquecendo a abordagem com o H de Humanidades, o que evolui para a nomenclatura STHEAM.

Vale ressaltar que STEAM e, posteriormente, STHEAM são evoluções de STEM, visto que as práticas educativas desenvolvidas foram alimentando as teorias sobre esses termos, havendo, portanto, uma progressão que inclui cada vez mais áreas do conhecimento.

Isso reflete uma educação que permeia todas as áreas do conhecimento, destacando a importância da humanidade no desenvolvimento integral e humano dos estudantes.

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Resumindo