Inovação na sala de aula

STEM e STEAM: o que é essa tecnologia?

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Intenção é promover um aprendizado mais dinâmico, envolvente e criativo

A metodologia STEM, que traduzida para o português, significa “Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática”, ainda é pouco conhecida aqui no Brasil, mas já é utilizada em vários lugares ao redor do mundo.

Há também a variação da sigla para STEAM, que inclui as Artes. A intenção do método é promover a integração dessas áreas de conhecimento, resultando em um aprendizado mais dinâmico e envolvente.

Geralmente voltado para os anos iniciais da Educação Básica, o objetivo do STEM e STEAM é sair do contexto de aulas essencialmente expositivas, direcionando os estudantes a aprender de forma mais integrada, prática e divertida. Ou seja, é uma maneira de ensinar assuntos relacionados à ciência exata com jogos, brinquedos, resolução de problemas e questões ligadas ao dia a dia.

Essas metodologias podem ser utilizadas de maneira lúdica na confecção de brinquedos no ambiente escolar e até mesmo em casa, inserindo a ideia do hands on (mão na massa) ou a cultura maker (faça você mesmo). Com essa prática, muitos conteúdos escolares podem ser relacionados.

“Ao definir o tamanho do brinquedo, podemos relacionar com conteúdo de Matemática. Já para conseguir determinados movimentos, precisamos aliar conhecimentos de Ciências e Tecnologia”, explica a professora de Ciências dos Anos Iniciais e da Educação Infantil do Colégio Marista Paranaense Karyne Baptista de Souza Cruz.

STEM e STEAM na prática

Para dar início a um projeto de STEM ou STEAM, primeiro é preciso definir o projeto, que pode ser um robô, um foguete ou uma casa, por exemplo. O próximo passo é escolher os principais materiais a serem utilizados, que normalmente incluem caixas de papelão ou garrafas pet, tampinhas ou palitos de sorvete.

“Ao organizar o material reutilizado, a criança também relaciona com sustentabilidade. Neste momento, o adulto pode ir relacionando estes conceitos”, ressalta a professora.

Um exemplo muito bom de criação com STEM é a produção de um robô com materiais que encontramos em casa.

“Podemos calcular o tamanho necessário que teremos que fazer, pôr a mão na massa e criar toda a sua estrutura com caixas de papelão ou garrafas pet, tampinhas, palitos de sorvete, caixa de ovos, latas de alumínio, potinhos plásticos, ou seja, o que for mais fácil de encontrar e usar”, aconselha Karyne

A escolha do ambiente também é importante.

“Opte por um local que se possa fazer bagunça, para sujar ou derrubar as coisas sem se preocupar”, lembra a professora.  

Neste processo, é essencial que um adulto seja o mediador da atividade.

“Ao final, o adulto pode fazer questionamentos sobre como aquele brinquedo pode ser usado, quais outras funções ele teria e, principalmente, relacionar o processo de elaboração com o cotidiano”, ressalta.

Como o STEM pode ser aplicado na escola?

A professora Karyne explica que o STEM e STEAM podem se encaixar no currículo da estrutura escolar, ou então como metodologias ativas, aplicados a alguns níveis de ensino, em disciplinas integradas ou áreas do conhecimento.

A reorganização de espaços da escola para melhor acolhida da metodologia e sua aplicação também se faz necessária. No ambiente da sala, por exemplo, as salas com carteiras enfileiradas podem ser substituídas por espaços multifuncionais, com mesas maiores para gerar espaços de diálogo e criação. Utilização de cadeiras ou até mesmo pufes para rodas de conversa é outra opção, assim como a disponibilização de tecnologias digitais, ferramentas e equipamentos para estudo, pesquisa e produções.

Karyne lembra que é essencial o planejamento por parte do professor, delimitando metas e objetivos que serão alcançados com a aplicação do STEM, o que aluno precisa aprender de conteúdo e o que pretende que ele possa criar como produto ou solução de problemas, ou seja, quais habilidades serão desenvolvidas.

Além disso, como qualquer disciplina ou área de conhecimento, é preciso fazer a verificação da aprendizagem para diagnosticar a assimilação dos conteúdos. Dentro do STEM, isso vai muito além da avaliação escrita.

“Deve ser feita a verificação de todo o processo, da participação e envolvimento, busca pela solução do projeto ou problema, a interação com demais colegas, a efetiva participação das etapas que surgiram, a execução do projeto ou confecção de um produto, o apontamento de soluções para os problemas e a autoavaliação”, explica a professora.

Quais são os principais benefícios do uso dessa metodologia?

  • Incentivo ao desenvolvimento da criatividade e de descobertas do professor e do aluno
  • Participação ativa e autônoma dos estudantes
  • Inovação na forma de ensinar, ao evoluir de um ensino tradicional pautado apenas na transmissão de conhecimento
  • O aluno deixa de ser um sujeito passivo e se torna ativo ao ser protagonista de seu aprendizado
  • Aumento da interação entre estudantes e entre professor e alunos
  • Valorização e mudança da visão dos professores como seres detentores do conhecimento para agentes facilitadores ou mediadores do aprendizado
  • Incentivo a resolução de problemas e projetos de forma ampla e integrada com a realidade
  • Aprendizado significativo, permitindo a contextualização e compreensão da teoria, envolvendo diversas áreas do conhecimento
  • Conexões naturais entre os conceitos e a realidade

Confira vídeos com ideias de experimentos STEM e STEAM:

Sobre sólidos geométricos

Experimento sobre a água colorida que anda