Diálogo e orientação são passos importantes para proteger crianças e adolescentes
Para muitos pais, ainda é difícil saber qual é a melhor forma de abordar a questão do abuso sexual com os filhos. Além de ser um assunto cercado de tabus, há o fato de que quando as vítimas são crianças, geralmente não compreendem o que está acontecendo e muitas famílias não sabem como lidar com a situação. Por isso, falar sobre abuso sexual é uma conversa necessária.
“Precisamos reforçar a responsabilidade da família, de toda a sociedade e de seus governantes no combate e no enfrentamento ao abuso e a exploração sexual de crianças, adolescentes e jovens nas cidades, nos estados e em todo o país”, reforça a especialista da Rede Marista de Colégios, Raimunda Caldas Barbosa.
Orientações devem respeitar a faixa etária
A partir dos 4 anos, por exemplo, os pais podem ensinar quais os nomes corretos das partes íntimas, evitando apelidos e ajudando a criança a se comunicar de forma mais clara. Outro ponto importante é ensinar que somente pais ou cuidadores podem limpar áreas genitais ou dar banho e, caso se sinta invadida em algum momento, ela pode impor limites e deve dizer “não”.
Conforme a criança for crescendo, com 11 ou 12 anos, a família pode orientar sobre o que é um contato físico saudável e o que não é adequado. Existem materiais disponíveis na internet de fácil entendimento e de qualidade excelente, como os vídeos da campanha “Defenda-se”, que podem facilitar esse diálogo e mostrar como falar do assunto de forma leve.
Como identificar sinais de alerta?
Devemos ficar atentos a alguns sinais que a criança ou o adolescente possa apresentar, como:
- Mudanças comportamentais súbitas sem motivo aparente;
- Isolamento social;
- Autolesão;
- Uso e abuso repentino de substâncias como o álcool ou outras drogas;
- Curiosidade sexual excessiva;
- Representações e desenhos de órgão genitais com detalhes e características além da capacidade de sua faixa etária.
Para ajudar a quebrar o ciclo de violência, é preciso agir de forma preventiva, apostando no diálogo e na orientação a respeito da intimidade, da autoproteção e do consentimento podem proteger a criança e o adolescente de uma violência sexual.
“Além disso, estabelecer uma relação afetuosa e de confiança favorece com que a criança, adolescente ou jovem se sinta à vontade para fazer uma revelação espontânea sobre alguma situação de violência que sofreu ou mesmo testemunhou”, explica a especialista.
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