Mesmo que seja uma ajuda na hora de entender alguma palavra, nada se compara a conseguir se comunicar com fluência
Os sistemas de tradução podem ser verdadeiros “salva-vidas” em situações emergenciais. Imagine que você fosse para a Rússia. Neste caso, seria a solução mais viável para conseguir se comunicar. Uma das novidades no segmento de tradutores são os fones de ouvido, que traduzem conversas simultaneamente. Entretanto, a experiência de participar de uma conversa entendendo o que é dito é completamente diferente.
Sentir o idioma e se comunicar com fluência permite acessar as suas diversas nuances – como tom de voz e velocidade da fala – que combinados com a expressão corporal trazem um entendimento muito mais rico e correto do que se pretende comunicar. Mesmo com um sistema de tradução avançado e humanizado, as máquinas não chegam nem perto da complexidade das emoções do ser humano.
Como a tecnologia vai impactar o ensino de idiomas?
Certamente o avanço da tecnologia pode impactar o ensino de idiomas, tendo em vista que uma pessoa que não tenha tido acesso ao aprendizado de idiomas e que já não queira investir tempo ou dinheiro para isso, pode se beneficiar pontualmente pelo sistema.
“Entretanto, sinto que a grande preferência continuará sendo o inglês como segunda língua, ensinado desde a infância, que possibilitará oportunidades pessoais e profissionais muito mais relevantes para esses alunos, futuros proficientes em dois idiomas”, ressalta a coordenadora de Internacionalização do Colégio Marista Arquidiocesano, Vanessa Barbosa.
Além disso, a neurociência já comprovou inúmeros benefícios em se conhecer duas línguas, como por exemplo o maior número de sinapses no cérebro e a proteção contra o declínio típico do envelhecimento, podendo retardar o Alzheimer.
Essas ferramentas podem ser usadas em benefício do aprendizado?
Nada se compara à aquisição natural de um aprendizado, seja ele um idioma ou qualquer outro. Traduzir um idioma para a língua materna cria uma interferência no aprendizado e cria um percurso de tradução na mente, toda vez que for se comunicar na segunda língua. Esse processo pode atravancar a fluidez da comunicação.
“Buscamos ensinar inglês num processo natural, em que a exposição à língua gera repertório e o aprendizado por meios lúdicos e com uso de diversos recursos visuais, tecnológicos, corporais nos possibilitam evitar a tradução” explica a coordenadora.
Fora do ambiente de sala de aula, possivelmente a ferramenta de sistema de tradução pode ser útil para busca de significado de palavras, auxiliando em uma leitura ou redação. Mesmo assim, estudos mostram que a aquisição da língua acontece com mais qualidade quando evitamos o uso abusivo de tradução.
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