A exploração comercial de informações pode colocar em risco a privacidade de crianças e adolescentes no ambiente digital
Será que a internet é lugar de criança? O ambiente digital não foi criado pensando nelas, mas as crianças e adolescentes compõem cerca de um terço dos usuários de internet no mundo, segundo informações do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância).
Sendo assim, é muito importante que os seus direitos sejam respeitados durante o uso de aplicativos e a navegação em sites. Isso pode ser um desafio para as famílias, já que não há como medir forças com as grandes empresas da internet.
Direitos da Criança e do Adolescente no ambiente digital
Em abril, a Organização das Nações Unidas (ONU) lançou o Comentário Geral Nº 25, que procura estabelecer como a Convenção sobre os Direitos da Criança e do Adolescente se aplica ao ambiente digital.
O que isso significa? Que a ONU entende que esse setor empresarial afeta os direitos das crianças, por conta da maneira com que oferecem seus produtos e serviços.
A exploração comercial de informações, na forma da coleta de dados, da segmentação de anúncios e da publicidade infantil é um exemplo de como as empresas podem colocar em risco a privacidade e a segurança de crianças e adolescentes na internet.
A analista de tecnologia educacional do Colégio Marista Asa Sul, Melissa da Costa Alves de Miranda, explica de que forma isso ocorre:
“As empresas sabem que a criança fez tal busca e direcionam uma publicidade, um jogo, um site ou uma música para ela. Só que essas informações não são filtradas, elas vêm por causa de uma palavra digitada ou até falada, se você ligar o microfone do celular para fazer a busca. A criança pode ser direcionada para uma página de jogos, brinquedos, ou para uma coisa mais adulta, sendo uma violação dos seus direitos”, pondera.
Essa exploração comercial das informações também ocorre, é claro, com os adultos. Mas existe um fator que representa um diferencial no caso dos pequenos.
“Qualquer busca que você faça, a internet te direciona para qualquer caminho e você é que tem que escolher. Mas a criança ainda não tem essa mentalidade de saber o que ela pode ou não pode ver”, completa a analista de tecnologia.
E é aí que entra o papel da família, de direcionar e ensinar as crianças a mexer nas plataformas e a colocar limites em seu uso. Você pode ler mais sobre como fazer isso aqui.
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