Quem convive com adolescentes e crianças sabe o quanto o mundo digital faz parte da sua vida. Eles aprendem, se divertem, se comunicam e até se expressam emocionalmente por meio da internet.Para muitos, estar online é tão natural quanto estar na sala de aula ou no recreio.
Por isso, ensinar a usar esse espaço com responsabilidade e cuidado é um desafio que não pode mais ser adiado.
Ao longo dos últimos anos, especialistas em cibersegurança reforçam uma mensagem importante: proteger os jovens no ambiente digital vai além de instalar antivírus ou restringir o tempo de tela, trata-se de formar consciência.
E, em um espaço que valoriza o respeito, o cuidado com o outro e a formação integral do jovem, essa conversa encontra um terreno fértil para acontecer de forma transformadora.
Se você quer saber mais sobre como trazer a cibersegurança para os jovens, está no caminho certo! Aqui você irá conferir:
- O que dizem os especialistas em segurança?
- Melhores práticas que os adultos podem adotar.
Vamos lá? Continue a leitura a seguir.
O que dizem os especialistas em cibersegurança?
A gerente jurídica do NIC.br e coordenadora do projeto Internet com Responsa, Kelli Angelini, disse em entrevista que não há uma idade mínima para o uso do celular e da internet, mas que esse uso deve ser feito com cautela e, claro, sempre respeitando o outro no ambiente digital.

Foto: Humans of internet Governance/Divulgação
A Sociedade Brasileira de Pediatria traz algumas recomendações ligadas à área da saúde, como, por exemplo,
- permitir o acesso à Internet por apenas uma hora por dia para crianças de 2 a 5 anos;
- proibir o computador no quarto de crianças de até 10 anos;
- respeitar as 9 horas de sono para adolescentes; e
- quilibrar horas online com atividades esportivas e brincadeiras.
Por isso, tanto a escola quanto a família devem caminhar juntas no processo de ensinar boas práticas digitais.
A tecnologia, por si só, não substitui o olhar atento de um adulto nem a abertura para conversas sinceras.
E quais são as melhores práticas que os adultos podem adotar?
Com base nas orientações de profissionais da área, reunimos práticas simples e eficazes que ajudam a desenvolver a autonomia dos jovens no uso da internet. Confira a seguir:
- Criar senhas seguras e não compartilhar com ninguém
Pode parecer básico, mas muitos adolescentes ainda usam combinações fáceis como datas de aniversário ou o nome da mãe. Senhas fortes, com letras, números e símbolos, reduzem muito o risco de invasões.
E mais importante ainda: cada serviço deve ter sua própria senha. Compartilhar a senha com amigos também não é uma boa ideia, por mais que pareça um gesto de confiança.
- Pensar antes de postar
Uma das frases mais repetidas por quem trabalha com segurança digital é: “se você não mostraria isso em público, talvez não devesse postar”
Ensinar os jovens a refletirem antes de compartilhar imagens, opiniões ou informações pessoais é um exercício de responsabilidade.
- Reconhecer conteúdos duvidosos
Outra dica valiosa é aprender a identificar mensagens ou links suspeitos. Muitos golpes começam com uma mensagem que parece inofensiva, mas que leva a sites falsos ou solicita dados pessoais.
Os especialistas no tema são unânimes: desconfie sempre de promoções milagrosas, sorteios que solicitam dados e mensagens que geram pânico.
Ensinar o jovem a desconfiar e a pedir ajuda quando estiver em dúvida é uma forma de protegê-lo.
- Respeito ao próximo também é segurança
A cibersegurança também passa pela forma como tratamos os outros online. Fazer piadas ofensivas, espalhar fofocas ou participar de grupos onde outras pessoas são ridicularizadas pode parecer brincadeira, mas muitas vezes machuca profundamente.
Respeitar o outro também é um compromisso de fé. Ensinar os jovens a se colocarem no lugar do outro e usarem a internet como ferramenta de apoio, e não de exclusão, ajuda a construir um ambiente digital mais compassivo.
- Cuidado com os aplicativos e permissões
Muitos jovens baixam aplicativos sem ler os termos de uso ou entender quais permissões estão concedendo.
Os especialistas orientam a revisar as configurações de privacidade com frequência e limitar o acesso a dados pessoais.
Aplicativos que pedem acesso à câmera, localização ou microfone sem necessidade devem ser avaliados com cuidado. Essa é uma conversa que pode (e deve) acontecer em família.
- Confiar nos adultos de referência
Uma prática que os especialistas sempre reforçam é: nunca guardar para si algo que incomodou, assustou ou causou dúvida.
Mostrar para os jovens que eles podem contar com um adulto de confiança é essencial. Isso vale para situações técnicas, como uma tentativa de golpe, e para questões emocionais, como exposição ou exclusão.
Conexão Segura

Esse conteúdo te ajudou a entender o que você pode fazer dentro e fora de casa? Então, aproveite e assista ao vídeo da campanha Conexão Segura, do Marista Brasil, que busca reforçar a importância da segurança digital e do uso responsável da internet.
Não esqueça: a segurança online começa com atitudes offline!
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