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Como falar sobre neurodivergência com crianças?

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Cada criança é única, com seu próprio jeito de aprender, se expressar e perceber o mundo. Algumas crianças processam informações de maneira diferente, têm sensibilidades específicas ou aprendem em ritmos variados – e isso se chama neurodivergência. 

Essas diferenças nem sempre significam dificuldades ou limitações, mas formas diversas de ver e interagir com o mundo ao redor.

O que é neurodivergência?

É quando o cérebro funciona de um jeito diferente do “padrão”. Isso inclui TEA (Transtorno do Espectro Autista), TDAH, dislexia e outros. Não é um erro nem um defeito, mas uma forma única de ser, assim como ser canhoto ou destro.

Como explicar isso para as crianças?

1. Use comparações simples

As crianças entendem melhor conceitos abstratos quando fazemos paralelos com coisas do dia a dia. Algumas analogias eficazes incluem:

  • Computadores diferentes: “O cérebro é como um computador: alguns processam rápido, outros precisam de mais tempo, mas todos são importantes para realizar tarefas de diferentes maneiras.”
  • Rádio com ajuste de volume: “Algumas pessoas ouvem o mundo como se o volume estivesse muito alto ou muito baixo. Para algumas, barulhos e luzes fortes podem ser desconfortáveis, enquanto para outras isso não faz diferença.”
  • Tipos de inteligência: “Assim como há pessoas boas em esportes e outras que brilham na música ou na matemática, alguns cérebros funcionam melhor com rotinas, enquanto outros precisam de mais movimento para se concentrar.”

2. Incentive a empatia

A empatia nasce quando conseguimos nos imaginar na situação do outro. Para ajudar as crianças a entenderem os desafios da neurodivergência, podemos propor reflexões:

  • “Como você se sentiria se tentasse explicar algo e ninguém entendesse?”
  • “E se você precisasse de mais tempo para terminar uma atividade, mas todos já tivessem acabado?”
  • “Como seria brincar com um amigo que prefere silêncio, enquanto você gosta de lugares barulhentos?”

Também é interessante trabalhar algumas atividades simples com elas: 

  • Desafio do fone de ouvido: Peça que as crianças tentem seguir instruções enquanto ouvem música alta. Depois, pergunte como foi a experiência. Isso simula a dificuldade que algumas pessoas têm em filtrar sons.
  • Texto espelhado: Entregar uma frase escrita ao contrário para que tentem ler. Assim, podem perceber como algumas pessoas se sentem ao tentar decifrar palavras com dificuldades de leitura.
  • Compartilhar histórias reais: Contar sobre figuras conhecidas, como cientistas, artistas e inventores neurodivergentes, reforça que a diferença não é um obstáculo, mas um traço que pode levar a descobertas incríveis.

3. Mostre que diversidade é um superpoder

Cada pessoa tem habilidades únicas, e é isso que torna o mundo mais rico e interessante. Explique para as crianças que, assim como em um time de super-heróis, onde cada um tem um talento especial, na vida real também precisamos de diferentes formas de pensar e agir para resolver problemas.

Ao reforçar que essas diferenças são valiosas, as crianças aprendem a valorizar seus colegas e a enxergar a neurodivergência como parte da diversidade humana, fazendo com que a convivência dentro e fora de sala de aula seja mais respeitosa e solidária. 

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