A preservação do meio ambiente e a busca por um desenvolvimento sustentável são alguns dos maiores desafios globais da modernidade. Nesse contexto, a educação ambiental emerge como uma ferramenta fundamental para promover a conscientização e ação em prol da sustentabilidade.
Nas escolas, a integração da educação ambiental no currículo desempenha um papel transformador na formação de jovens e crianças, preparando-os para se tornarem cidadãos conscientes e responsáveis em relação ao meio ambiente.
Isso porque a busca por um estilo de vida mais sustentável é fundamental para garantir a saúde do nosso planeta e o bem-estar das futuras gerações.
Para ajudar nessa missão, foram estabelecidos os 5 R’s — repensar, recusar, reduzir, reutilizar e reciclar — que representam um conjunto de diretrizes práticas para orientar nossas ações cotidianas em direção à sustentabilidade.
Cada um desses princípios oferece uma abordagem específica para minimizar o impacto ambiental e promover a conservação dos recursos naturais.
Neste artigo, vamos explorar a importância da educação ambiental nas escolas e como a adoção do conceito dos 5 R’s pode contribuir para a formação de indivíduos comprometidos com a conservação do meio ambiente e o bem-estar das gerações futuras.
O que é educação ambiental?
De acordo com a Política Nacional de Educação Ambiental (Lei nº 9795/1999, Art. 1º), a educação ambiental é definida como os processos e meios pelos quais as pessoas constroem habilidades, valores, saberes e competências coletivamente, com o objetivo de conservar o meio ambiente, essencial para a qualidade de vida e sustentabilidade.
Assim, a educação ambiental visa sensibilizar, conscientizar e capacitar pessoas e comunidades para compreender as interações entre os seres humanos e o meio ambiente em que vivem.
Nas escolas, seu objetivo é conscientizar e engajar jovens e crianças formando cidadãos mais críticos e conscientes, permitindo que assumam uma postura mais responsável em relação ao meio ambiente.
Quais são os 5 R’s da educação ambiental?
Muito se fala sobre a importância da prática da reciclagem, mas, antes disso, existem outros fatores que precisam ser considerados para uma atitude verdadeiramente sustentável, que equilibre as necessidades do ser humano com a capacidade de renovação da natureza.
Para incorporar atitudes ambientalmente responsáveis, é preciso conscientização desde cedo, e, por isso, a escola cumpre um papel essencial na promoção de ações efetivas para a sustentabilidade.
Como mencionado anteriormente, uma das principais estratégias empregadas na redução da geração de resíduos é a política dos 5 R’s: repensar, recusar, reduzir, reutilizar e reciclar.
“O primeiro ponto é repensar, porque precisamos rever de imediato os nossos hábitos de consumo e descarte. Será que você realmente precisa do que está comprando?”, indaga Leila Vendrametto, geógrafa e especialista em educação ambiental, integrante do projeto EcoAtivos, iniciativa do programa Criança e Consumo, do Instituto Alana.
Entre os princípios dos 5 R’s, reciclar está em último lugar. E não é à toa. A especialista em educação ambiental afirma que a reciclagem precisa ser pensada mais profundamente, afinal, quanto se recicla de fato?
De acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), o Brasil produz cerca de 82,5 milhões de toneladas anuais de resíduos sólidos urbanos, sendo 33,6% com potencial para reciclagem, mas apenas 4% são de fato reaproveitados.
“Não precisamos consumir somente porque são recicláveis. Em vez de usar copos plásticos, podemos adquirir o costume de levar nossos próprios utensílios, como canecas, copos e talheres. Se não tiver como, o melhor é optar por copos de papel, cuja reciclagem é mais fácil”, explica Leila.
Por isso, antes de optar pelos recicláveis, é melhor escolher produtos duráveis. No mercado, é fácil substituir sacos de plástico por sacolas de tecido.
No âmbito de recusar, inclui-se, ainda, o hábito de evitar pegar folhetos distribuídos nas ruas, quando não precisa do serviço que está sendo oferecido. Bem como, dê preferência a produtos de empresas que tenham compromisso com o meio ambiente e adquira o costume de ler as embalagens.
A reciclagem é extremamente importante e uma opção melhor do que o descarte comum, mas é considerada a última alternativa dentro dos 5 R’s. Isso se deve ao fato de que o processo de reciclagem consome recursos naturais, como água e energia, além de liberar gases de efeito estufa.
Por isso, a educação ambiental moderna vai além da reciclagem. Um exemplo disso é a boa prática em optar por copos e canecas duráveis, que ajudam a reduzir os impactos da reciclagem.
O que a lei estabelece sobre a educação ambiental?
A Lei 9.795 de 1999, citada no começo, estabelece a Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA) no Brasil. Além disso, é importante mencionar o Projeto de Lei 1.376 de 2021, que insere de forma obrigatória a Educação Ambiental no currículo do Ensino Infantil.
A PNEA tem como objetivo promover essa educação em todos os níveis de ensino, bem como em atividades não formais de educação, visando a formação de uma sociedade mais sustentável.
Para tal, ela estabelece diretrizes e princípios para a implementação da educação ambiental, o que inclui:
- integração da educação ambiental em todos os níveis e modalidades de ensino;
- incentivo à atualização e à formação de professores para ministrar esse conteúdo;
- promoção da inclusão da educação ambiental nos currículos escolares de forma transversal — e não via uma disciplina isolada;
- estabelecimento de parcerias entre os diversos setores da sociedade para a promoção da educação ambiental.
ODS da ONU como norteadores das práticas educativas
Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU fornecem um importante quadro de referência para orientar as práticas educativas relacionadas à educação ambiental.
Eles apresentam um conjunto de metas globais estabelecidas pelas Nações Unidas em 2015, como parte da Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável em todo o mundo. São eles:
- ODS 1 — Erradicação da Pobreza;
- ODS 2 — Fome Zero e Agricultura Sustentável;
- ODS 3 — Saúde e Bem-Estar;
- ODS 4 — Educação de Qualidade;
- ODS 5 — Igualdade de Gênero;
- ODS 6 — Água Limpa e Saneamento;
- ODS 7 — Energia Limpa e Acessível;
- ODS 8 — Trabalho Decente e Crescimento Econômico;
- ODS 9 — Indústria, Inovação e Infraestrutura;
- ODS 10 — Redução das Desigualdades;
- ODS 11 — Cidades e Comunidades Sustentáveis;
- ODS 12 — Consumo e Produção Sustentáveis;
- ODS 13 — Ação Contra a Mudança Global do Clima;
- ODS 14 — Vida na Água;
- ODS 15 — Vida Terrestre;
- ODS 16 — Paz, Justiça e Instituições Eficazes;
- ODS 17 — Parcerias e Meios de Implementação.
A inclusão e o debate dessas metas no currículo escolar servem como norteadores essenciais das práticas de educação ambiental, incentivando a integração de temas.
O ODS 4 ganha destaque no que diz respeito à educação ambiental, pois fala sobre a importância de uma educação de qualidade para todos, na qual os estudantes devem ter acesso aos conhecimentos e habilidades para serem capacitados a lidar com os desafios ambientais contemporâneos.
Além disso, a incorporação dos demais ODS nas práticas educativas, como o ODS 13, ODS 14 e ODS 15, é uma maneira de abordar diretamente questões ambientais de forma mais atual e interconectada, capacitando os estudantes a se tornarem agentes de mudança.
Qual a importância da educação ambiental na atualidade?
Na escola, a conscientização dos estudantes sobre o impacto das atitudes do cotidiano deve ser feita de forma transversal, abrangendo todas as componentes, acredita Leila.
“Entendemos a sustentabilidade como um tema central, que necessita de ações coletivas aplicadas no dia a dia, e não de ser trabalhado de forma isolada”, ressalta.
Quando os estudantes incorporam o entendimento sobre sustentabilidade, é natural que levem esse aprendizado para casa e para além da família, pois também podem ser uma fonte de influência para suas comunidades e futuras escolhas profissionais.
Eles podem influenciar na rotina e nos costumes de todos ao seu redor, diminuindo o uso de descartáveis, consumindo de forma mais consciente, reutilizando produtos e ampliando a sua vida útil, além de separar o lixo da forma adequada.
Possíveis benefícios do exercício da educação ambiental
A educação ambiental na escola promove, tanto para os estudantes quanto para a comunidade em geral, a informação e a mudança de atitudes, indo além da conscientização e focando na ação. Isso os educa por meio de:
- experiência prática: crianças e jovens têm a oportunidade de aprender de forma tangível, saindo do ambiente da sala de aula e explorando diretamente o mundo real;
- conexão com a natureza: a educação ambiental estimula uma conexão mais profunda com a natureza, aumentando sua valorização e compreensão dos ecossistemas locais;
- estímulo à curiosidade e investigação: estudantes são encorajados a fazer perguntas, investigar e buscar respostas sobre o meio ambiente ao seu redor;
- aprendizado interdisciplinar: a educação ambiental permite a integração de várias disciplinas, como ciências, geografia, história, matemática e linguagem, proporcionando uma abordagem abrangente do conhecimento;
- promoção da cidadania ativa: a educação ambiental na escola promove a cidadania ativa, capacitando os estudantes a se tornarem agentes de mudança em suas comunidades e serem mais preparados para liderarem projetos que envolvam mais pessoas, como a participação em programas de coleta seletiva facilitado pela conscientização.
Como a educação ambiental é exercitada nas Unidades Maristas?
Na Matriz Curricular das Unidades Maristas, reconhecemos a importância de um letramento científico-tecnológico no que diz respeito às dimensões das Ciências da Natureza e a sua presença na contemporaneidade.
Ao mesmo tempo, acima de tudo, almejamos a formação cidadã dos estudantes para o domínio e uso dos conhecimentos científicos e seus desdobramentos nas mais diferentes esferas de sua vida.
Assim, o currículo escolar da Educação Básica Marista nas áreas de Ciências da Natureza e Ciências Humanas prioriza o desenvolvimento de competências que abordam conhecimentos naturais e tecnológicos em diálogo estreito com as práticas sociais.
Nesse contexto, a educação ambiental se torna um componente curricular importante e incluído de forma interdisciplinar na área das Ciências da Natureza — Biologia, Física e Química — não com o objetivo de formar cientistas, mas sim cidadãos conscientes, participativos e ativos na busca de soluções para os problemas reais.
Parte desse processo acontece, também, com base na proposta da escola de estimular o protagonismo e o pensamento crítico em jovens e crianças, que são vozes importantes e que devem ser ouvidas, como o que foi visto em sua participação no COP28.
Portanto, a educação ambiental é mais do que um ensino de conteúdos e práticas, mas um movimento que visa engajar estudantes para serem motores da transformação e praticar a sustentabilidade e solidariedade no mundo.
Vale ressaltar que a educação ambiental é essencial não apenas para promover a sustentabilidade, mas também para preparar os estudantes para enfrentar desafios contemporâneos, como os desastres naturais.
Eventos como enchentes, secas e deslizamentos de terra têm se tornado cada vez mais frequentes e intensos devido às mudanças climáticas. E educar os estudantes sobre a importância de práticas sustentáveis e de como mitigar os impactos desses desastres é fundamental.
Quer saber mais sobre os valores Maristas e como funciona nossa prática pedagógica? Agende uma visita, venha conferir e conversar com a gente!
Resumindo
Quais são os 5 R’s da educação ambiental?
Os 5 R’s da educação ambiental são: repensar, recusar, reduzir, reutilizar e reciclar.
Quais são os principais temas abordados na educação ambiental?
- conservação da biodiversidade;
- mudanças climáticas;
- sustentabilidade;
- poluição.
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