Você sabia que apenas 21% dos brasileiros tiveram educação financeira para crianças na infância? Esse dado é de uma pesquisa feita pelo Ibope Inteligência em parceria com o C6 Bank.
O problema é que a educação financeira para crianças é fundamental para que elas se tornem adultas conscientes do uso do próprio dinheiro.
Entretanto, esse assunto ainda é pouco discutido nas escolas e nos lares das crianças, mesmo trazendo inúmeros benefícios aos pequenos.
Porém, esse cenário tende a mudar, já que, desde 2018, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) incluiu a educação financeira nas escolas como uma competência que os alunos precisam desenvolver.
Neste artigo, vamos falar sobre educação financeira para crianças, por que ela é importante e dicas de como abordar o assunto com os filhos. Acompanhe!
Educação financeira infantil: o que é e importância
O objetivo da educação financeira para crianças é ensiná-las o valor do dinheiro e como elas podem usá-lo de modo a ter uma relação saudável com as finanças na fase adulta. Isso envolve a capacidade de se planejar, reconhecendo as diferenças entre desejos e necessidades.
Por isso, esse é um tema tão importante tanto na sala de aula quanto em casa. Ao ter contato com a educação financeira, os pequenos podem desenvolver pensamento crítico em relação ao dinheiro e compreensão do que precisam fazer para poupar e atingir seus objetivos.
Além disso, é um assunto diretamente conectado ao desenvolvimento infantil, que visa promover bem-estar, autoestima, organização e compreensão do mundo em que vive.
Entretanto, é preciso ter consciência da capacidade da criança em entender o que será dito. Por isso, é recomendado que considere a idade dos pequenos para adequar a explicação a uma linguagem clara, por exemplo:
3 a 5 anos: como não tiveram contato com a matemática ainda, podemos aplicar a aprendizagem lúdica, com brincadeiras e incentivo do uso cofrinho;
6 a 10 anos: nessa fase, a criança sabe realizar cálculos simples e é possível usar maneiras criativas de mostrar a importância do dinheiro, como propor a venda de doces ou pequenas ações que a remunerem para comprar algo que deseja;
A partir dos 11 anos: é o momento de conversar e ser exemplo para que a criança continue a aprender como cuidar melhor do seu dinheiro. Uma alternativa é incentivar a poupar e guardar o dinheiro, por exemplo.
Dicas de como falar sobre dinheiro com as crianças
Agora que você já sabe a importância da educação financeira para crianças e como abordá-la em cada idade, vamos conferir algumas dicas sobre como falar sobre dinheiro com os pequenos. Veja, a seguir!
Explicar de onde vem o dinheiro
As crianças, muitas vezes, não compreendem de onde vem o dinheiro e pensam que existe uma fonte infinita. Por isso, os pais devem explicar que recebem dinheiro porque trabalham e todo mês recebem o mesmo valor novamente.
Com isso, é possível introduzir que esse dinheiro fica guardado em um banco, explicando o que é, e que cada vez que o cartão é usado, por exemplo, o valor disponível diminui. Aqui, ainda, dá para mostrar porque compramos algumas coisas e outras não, ajudando a criança a entender o valor do dinheiro e, consequentemente, do trabalho.
Usar um cofrinho
O cofrinho é uma alternativa para introdução na primeira infância, quando a criança está começando a ganhar moedas e deseja juntá-las. Nesse momento, os pais podem propor que o dinheiro do cofre tenha um objetivo, que seja definido pela criança, como comprar um brinquedo ou doces.
No final do tempo estipulado para comprar o objeto, a família poderá abrir o cofre juntos e aproveitar a oportunidade para explicar como poupar é importante de modo a atingirmos nossos objetivos e metas.
Ensinar a poupar
Quando a criança for mais velha e consiga compreender melhor o valor do dinheiro, os pais podem ensiná-las a poupar, explicando o que é investimento, os tipos (renda fixa, variáveis e fIIs) e a importância de guardar dinheiro para o futuro.
Dar uma mesada
Determinar um valor para dar à criança por mês ou por semana, pode ser uma forma de ensiná-la, na prática, a juntar dinheiro e gastá-lo com mais responsabilidade.
Entretanto, essa é uma alternativa que deve ser pensada conforme a idade dos pequenos, por exemplo, uma criança de 2 anos pode receber R$ 5 por semana.
No final da semana, os pais podem conversar para perguntar como ela gastou o valor dado no início da semana de modo a aproveitar a oportunidade para explicar o valor do dinheiro e ensiná-la a gastar com base em metas e objetivos focados em desenvolver uso consciente da quantia dada.
Incentivar pequenas compras com o próprio dinheiro
Ao comprar algo com o próprio dinheiro, ainda mais se juntar esse valor no cofrinho ou mesmo com o dinheiro da mesada, ela entenderá o que precisa fazer para conquistar o que deseja.
Além disso, é uma ótima oportunidade de explicar o poder de compra de determinados valores, como o que é possível comprar com R$ 10, R$ 15 ou R$ 20.
Educar brincando
As brincadeiras e jogos ajudam a proporcionar uma educação financeira para crianças de forma eficiente e clara. Além de educar financeiramente, esse ensino lúdico pode ajudar os pequenos a compreenderem a importância de seguir regras e saber ganhar ou perder.
Os jogos de tabuleiro são ideais nesse cenário, e eles podem ser encontrados para diferentes idades, como Banco Imobiliário (a partir de 8 anos), Vamos Poupar (6 a 10 anos) e Quebrando o Cofrinho (2 a 4 anos)
Ensinar a doar
A responsabilidade social sempre estará acompanhada da responsabilidade financeira. Por isso, desde cedo, é interessante ensinar às crianças a importância de realizar doações e ajudar o próximo.
Além de cumprir com sua função social, a criança poderá desenvolver empatia, consciência social e compreender a importância de dividir o que temos com quem precisa.
Evitar o desperdício
O desperdício de água, comida e energia é o mesmo que desperdiçar dinheiro. Por isso, é fundamental explicar aos pequenos a importância de evitar esse tipo de atitude, pois, além de ser ruim para o bolso, prejudica o meio ambiente que tanto precisamos para viver.
Mostrar que o dinheiro exige escolhas
Gentilmente, é preciso explicar que o dinheiro exige escolhas. Por isso, se a criança gastar o dinheiro que está guardando para comprar um brinquedo com doces, mesmo que ela chore, os pais devem manter o combinado inicial.
Nesse momento, é fundamental explicar que ao escolher comprar os doces, não é mais possível comprar o brinquedo já que o dinheiro não será suficiente, mostrando novamente que o dinheiro é finito.
Como vimos, crianças financeiramente educadas se tornam adultas conscientes da importância do dinheiro e mais preparadas para alcançar seus objetivos financeiros.
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