Comportamento

7 maneiras de reduzir o uso exagerado do celular

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Conforme a tecnologia avança, os celulares passam a fazer mais e mais parte do nosso dia a dia. Hoje, é praticamente impossível não ver um adulto mexendo constantemente no seu dispositivo, fazendo um uso excessivo do celular.

O Brasil ocupa o segundo lugar no ranking mundial de tempo gasto com o celular, ficando atrás apenas da África do Sul. No país, são em média 9 horas e 32 minutos por dia olhando para a tela, apenas 6 minutos a menos que os sul-africanos, de acordo com uma pesquisa divulgada pela ElectronicsHub em abril de 2023.

Nesse contexto, não é surpresa que esse hábito esteja alcançando as crianças, que assistem a filmes, desenhos e outros conteúdos no YouTube pelo celular dos pais, o que já tem mostrado trazer prejuízos ao desenvolvimento.

Dados do Comitê Gestor da Internet no Brasil mostraram um crescimento significativo no número de crianças e adolescentes conectados. Somente em 2021, o número de crianças entre 9 e 10 anos usando a internet aumentou de 79% para 92%.

Ao mesmo tempo, enquanto especialistas do Grupo de Saúde Digital da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomendam que crianças de entre três a seis anos passem no máximo 30 minutos no celular com supervisão, um levantamento da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) revela que o tempo gasto médio no celular de crianças por dia é de duas horas.

Os riscos para a saúde física e mental são grandes, e envolvem questões de socialização, irritabilidade, distúrbios do sono, concentração, problemas visuais e auditivos e muito mais.

Neste artigo, vamos abordar os impactos do uso excessivo do celular em crianças e compartilhar dicas para reduzir a exposição às telas. Acompanhe!

O que é Doomscrolling e por que ele é um risco?

Se você acessa as mídias sociais assim que acorda, checa o WhatsApp a todo o instante, passa horas navegando na internet ou adormece sob o brilho da luz azul do telefone, é bem possível que seja um padrão de uso problemático.

Esse comportamento tem até um nome: doomscrolling, que descreve o ato de percorrer feeds e consumir uma quantidade aparentemente infinita de notícias e conteúdos.

Doomscrolling vem do inglês e pode ser traduzido literalmente como “rolar para baixo”. Assim, trata-se do hábito de rolar por feeds de notícias ou redes sociais, geralmente por longos períodos de tempo.

Nas redes sociais, os conteúdos são cada vez mais curtos, dinâmicos e, consequentemente, viciantes. Ao mesmo tempo, existe uma ênfase na circulação de notícias negativas ou estressantes, que acabam engajando os usuários.

Curiosos e perturbados com o conteúdo negativo, muitos entram em um ciclo vicioso em que não conseguem parar de conferir esses conteúdos, o que, ao mesmo tempo, leva a sentimentos de ansiedade, tristeza ou pessimismo.

O uso excessivo do celular, seja para doomscrolling ou outras atividades, pode ser identificado por uma série de sinais que indicam problemas em potencial:

  • procrastinação: a pessoa gasta muito tempo no celular em vez de realizar tarefas importantes;
  • insônia: o uso do celular antes de dormir pode afetar a qualidade do sono;
  • dificuldades de concentração: o constante fluxo de conteúdos e estímulos pode reduzir a capacidade de concentração e atenção;
  • ansiedade ou estresse aumentado: consumir conteúdo negativo ou estressante, pode aumentar sentimentos de angústia e tristeza.
  • prejuízo à memória e cognição: o uso excessivo do celular pode comprometer a capacidade de memorização e o funcionamento cognitivo ao longo do tempo.

Doomscrolling e a quarentena

O doomscrolling ganhou popularidade especialmente durante a quarentena para ajudar a impedir a disseminação do coronavírus. Com o distanciamento social, o uso das telas aumentou e, com isso, o interesse em acompanhar as últimas novidades em relação à pandemia.

Querer se manter informado é compreensível, mas há maneiras de fazer isso sem prejudicar a sua saúde mental, como desativar notificações de redes sociais e instalar aplicativos que controlam o tempo de uso.

Especialmente porque, no caso do doomscrolling, o que está em evidência é o consumo excessivo de notícias negativas. Este pode ser um hábito especialmente nocivo para o equilíbrio emocional.

Por mais que seja um comportamento difícil de mudar, é possível fazer algumas escolhas para romper com esse costume e entender que é importante e saudável ficar offline de vez em quando.

Uso exagerado pode trazer prejuízos à saúde física

O uso excessivo dos smartphones trazem prejuízos não só para o aspecto comportamental, mas também afetam a saúde física. Vale salientar que a desconexão pode gerar preconceito ou pressão social, uma vez que estar offline é muitas vezes visto com desaprovação pela sociedade, que tende a induzir os indivíduos a estarem sempre conectados.

“É preciso estar atento a sinais enviados pelo nosso corpo que indicam desequilíbrio”, lembra a especialista em mídias sociais e negócios na internet, Fernanda Musardo.

Alguns desses problemas são a postura, que pode se manifestar em dores nas costas e dor no pescoço por ficar muito tempo arcado para baixo, o travamento ou dor dos dedos mínimos e polegares pela posição padrão dos dedos ao segurar o aparelho.

Além disso, há também sensação de olhos secos causada pelo excesso de luminosidade do brilho da tela, a redefinição de estética partindo dos padrões de filtros de beleza de redes sociais e a ansiedade causada pelo excesso de informações.

Outro aspecto importante é a Nomofobia, um termo que descreve a dependência excessiva do celular, caracterizada pelo medo irracional de ficar sem o dispositivo ou desconectado.

“O smartphone é incrivelmente fascinante, viciante e útil para nosso cotidiano – se usado com parcimônia. Equilíbrio é a chave e a divisão entre o proveitoso e o danoso”, ressalta a especialista.

7 maneiras de reduzir o uso excessivo do celular

Agora que você conhece os possíveis danos do uso excessivo do celular, conheça algumas ações que você pode colocar em prática para reduzir o uso desse dispositivo e adotar hábitos mais saudáveis para toda a família, inclusive as crianças.

1. Defina horários para uso

Estabeleça períodos específicos do dia para usar o celular sem que seu uso atrapalhe as atividades diárias como escola e aulas extras. Lembre-se do tempo de tela recomendado para cada idade e que o uso do celular deve ser sempre feito com supervisão de um adulto.

Vale ressaltar que, sem limites claros, corremos o risco de permitir que a realidade virtual se sobreponha à vida real, o que prejudica o equilíbrio entre nossas interações digitais e o mundo físico.

2. Crie metas para reduzir o uso do celular

Use aplicativos que monitoram o tempo de uso do celular para estabelecer metas de redução. Por exemplo, tente diminuir o tempo de tela em 10% a cada semana até alcançar um nível saudável para a família.

3. Busque outras atividades

Substitua o tempo no celular por atividades como leitura, esportes, hobbies ou tempo juntos. Manter-se ocupado com atividades prazerosas e mais produtivas ajuda a diminuir a dependência do celular.

4. Desligue notificações

Desative notificações não essenciais, especialmente aquelas de redes sociais, aplicativos de notícias e grupos de WhatsApp que enviam dezenas de mensagens o tempo todo. Isso reduz as distrações e a tentação de verificar o celular com frequência.

5. Crie zonas livres de tecnologia

Estabeleça áreas ou momentos sem uso de celular, como a mesa de jantar ou uma hora antes de dormir. Faça um esforço para criar um ambiente mais propício para interações entre as pessoas, conversas, trocas e relaxamento.

6. Desligue o celular antes de dormir

Desligue ou deixe o celular longe do quarto antes de dormir para evitar distúrbios no sono. Leia um livro, pratique meditação ou ouça música relaxante para ajudar a acalmar a mente antes de dormir.

7. Priorize a convivência familiar

O tempo que se ganha ao reduzir o uso excessivo do celular pode ser usado para passar mais tempo com sua família. Coloque o celular em modo avião sempre que estiver em momentos de convívio familiar e dedique-se a jogar jogos, cozinhar juntos, conversar, etc.

Essas atividades reforçam os laços familiares e ajudam a criar uma rotina mais saudável para todos, adultos e crianças.

Reduzir o uso exagerado do celular não significa abandonar a tecnologia, mas sim usá-la de maneira consciente e controlada, permitindo que todos vivam experiências mais ricas e significativas no mundo real e possam ter um desenvolvimento mais saudável.

Gostou do conteúdo? Aproveite a visita e leia nosso artigo sobre o tempo de tela recomendado para cada idade!

Resumindo

Quais são os danos que o uso exagerado do celular pode causar?

O uso excessivo do celular apresenta grandes riscos para a saúde física e mental e envolve questões de socialização, ansiedade, depressão, irritabilidade, distúrbios do sono, problemas visuais e auditivos, dores musculares e muito mais.

Como reduzir o uso exagerado do celular?

  • defina horários para uso;
  • crie metas para reduzir o uso do celular;
  • busque outras atividades;
  • desligue notificações;
  • crie zonas livres de tecnologia;
  • desligue o celular antes de dormir;
  • priorize a convivência familiar.

crédito da imagem: Freepik

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