Práticas educativas

Você sabia que existe um tempo de tela recomendado para cada idade? 

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9 horas e 32 minutos é o tempo de tela médio do brasileiro segundo relatório do Datareportal. Ou seja, considerando que uma pessoa dorme 8 horas por dia, permanecendo acordada por 16 horas, mais da metade do seu tempo ativo é dedicado ao uso de dispositivos eletrônicos.  

Esse quadro é ainda mais preocupante quando se trata do uso excessivo de dispositivos com telas por crianças e adolescentes. Assim, pais, responsáveis e educadores estão cada vez mais atentos a essa situação, enquanto pesquisadores têm buscado entender seus efeitos e quais são as melhores práticas. 

Confira a seguir o que há de informações disponíveis e veja qual é o máximo recomendado para cada faixa etária! 

O que está por trás do aumento do tempo de tela? 

A expressão tempo de tela engloba todo o intervalo gasto em frente a dispositivos que vão das TVs até celulares, notebooks, tablets etc. Não só programas ou videogames entram nisso, mesmo usos educacionais ou profissionais fazem parte. 

Ou seja, tanto sua utilização ativa quanto a passiva contam e impactam. Vale perceber que, enquanto a última já ocorre há décadas, a primeira se expandiu recentemente com a transformação digital. 

Na raiz desse crescimento, está uma vida cada vez mais dinâmica que demanda dos pais a adoção de novos métodos para distrair e ocupar seus filhos. Dessa forma, crianças e adolescentes permanecem entretidos, uma vez que ativam o centro de recompensa de seus cérebros. No entanto, todo esse estímulo envolvido impacta o desenvolvimento e requer uma dosagem adequada. 

Qual é o ideal para cada idade? 

Algumas organizações — incluindo a  Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a Academia Americana de Pediatria (AAP) e a Organização Mundial de Saúde (OMS) —, já têm estudos que indicam o tempo de tela ideal para cada idade. Confira o que eles dizem! 

Até 2 anos 

Há variações nas recomendações de organizações sobre a idade mínima para o contato de crianças com telas: 

  • a Organização Mundial da Saúde (OMS) sugere que menores de 1 ano sejam preservados; 
  • Academia Americana de Pediatria (AAP) aconselha evitar até os 18 meses; 
  • Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) aconselha restrição até os 2 anos.  

Nos 2 primeiros casos, a orientação complementar é optar por um conteúdo de alta qualidade e educacional até os 24 meses. Além disso, é importante que os adultos ajudem no entendimento do que é visto e busquem evitar o sedentarismo. 

Entre 2 e 5 anos 

Tanto a Sociedade Brasileira de Pediatria quanto a Academia Americana de Pediatria indicam que, nessa faixa etária, o tempo de tela máximo seja de 1 hora por dia. Ademais, esse período deve ser aproveitado com conteúdo educacional e na presença de adultos. Já a Organização Mundial de Saúde indica isso até os 4 anos. 

A partir dos 6 anos 

Nessa faixa etária, as organizações divergem. Por um lado, a Academia Americana de Pediatria não impõe limites, porém, faz considerações sobre o tempo destinado a outras atividades e ao sono. 

Jovens e Adolescentes 

A Sociedade Brasileira de Pediatria  separa os jovens em 2 grupos. Para aqueles que têm até 10 anos, o ideal é menos de 2 horas por dia de telas sob supervisão. Para os maiores, o máximo são 3 horas

Quais são as recomendações sobre uso de telas? 

Além de limitar o número de horas por dia, outras precauções precisam ser tomadas para garantir um relacionamento saudável com essas tecnologias. A  Sociedade Brasileira de Pediatria traz ponderações para pais e responsáveis como: 

  • evitar o isolamento, dando preferência para o uso de dispositivos digitais nas áreas comuns do lar; 
  • não usar esses equipamentos antes de dormir, desligando-os com uma ou duas horas de antecedência; 
  • tomar medidas de privacidade e segurança, supervisionando tanto interações quanto conteúdos acessados; 
  • estruturar rotinas e regras para a utilização de telas enquanto buscam incentivar outras atividades que reduzem o sedentarismo. 

Além dessas sugestões da SBP, é preciso estimular o contato offline com outras pessoas, promovendo vínculos afetivos e minimizando os efeitos negativos do excesso de exposição às telas

Qual é a importância de observar e regular isso? 

O excesso de tempo diante das telas altera significativamente o funcionamento cerebral, especialmente em crianças e jovens. Esse quadro é impulsionado pela hiperestimulação, impactando negativamente a capacidade de manter a calma, concentração e controle de impulsos. Portanto, é fundamental estar atento e regular essa exposição para prevenir potenciais efeitos adversos. 

Alguns impactos são de natureza física, abrangendo desde dificuldade para dormir, danos à coluna, músculos, olhos ou ouvidos.

Paralelamente saúde mental também é afetada, manifestando-se inicialmente por irritabilidade e perda de foco desencadeadas pelo uso excessivo das tecnologias. 

Entretanto, é a elevação descontrolada da interação social que conduz aos extremos emocionais. De modo geral, as crianças e adolescentes tornam-se excessivamente sensíveis à opinião dos outros, fundamentando sua autoestima na validação online. 

Por um lado, a tendência é haver uma dependência quando a recompensa é positiva. Por outro, discursos de ódio, cyberbullying e a cultura do cancelamento podem levar a distúrbios de imagem, ansiedade ou depressão. Esse cenário se agrava à medida que o próprio meio digital diminui a empatia, elevando as chances desses problemas ocorrerem. 

Como gerir isso sem conflitos e estresse? 

Muitos pais e responsáveis consideram a regulação do tempo de tela um desafio. Mas a gestão disso precisa ser feita mesmo que haja conflitos e estresse no processo. Medidas práticas de proteção e controle online, associadas a avaliação dos conteúdos com os quais os jovens interagem, são a base para tanto. 

Além disso, é preciso dialogar e criar regras claras para seu uso, limitando os períodos de exposição. Uma maneira de facilitar isso, é estimular e promover atividades interessantes que não envolvem tecnologias. A adoção de medidas práticas, como avaliação dos conteúdos acessados e a definição de regras claras de uso, é essencial. Confira algumas estratégias para uma Gestão Eficaz: 

  • Diálogo Aberto: Estabeleça uma comunicação franca, que construa a confiança e faça com que a criança e adolescente compreendam as preocupações parentais. Reforce a importância da conexão entre pais e filhos. 
  • Atividades Fora das Telas: Promova encontros e práticas em família sem a dependência de dispositivos eletrônicos. Atividades ao ar livre, jogos de tabuleiro e a leitura compartilhada são ótimas opções para fortalecer os laços familiares. 
  • Flexibilidade e Ajustes: Fique atento às necessidades e interesses que mudam com o crescimento das crianças e adolescentes. Adapte as regras sobre o uso de tecnologia à idade e ao desenvolvimento individual. 

Por meio de uma abordagem flexível e participativa, que se baseie na educação positiva, os pais podem promover um equilíbrio que favoreça tanto o bem-estar emocional quanto o desenvolvimento saudável dos seus filhos. 

O gerenciamento adequado do tempo de tela é uma questão-chave na pauta dos pais e responsáveis e, neste cenário, as unidades Maristas assumem um papel ativo e diferenciado, colocando em prática uma série de estratégias para conscientizar e orientar sua comunidade educativa, como: 

  • Conscientização e Informação: com a realização de lives com especialistas, palestras presenciais e reuniões abertas, os colégios Maristas disseminam conhecimento sobre o impacto do tempo de tela. 
  • Diálogo e Abordagem Colaborativa: Movidos pelos valores de acolhida e família, as unidades Maristas enfatizam a importância do diálogo entre estudantes, famílias e escola, criando um ambiente de aprendizagem colaborativo. 
  • Fortalecimento dos Laços Comunitários: Com a integração dessas iniciativas, os Colégios Maristas não só promovem um uso consciente e equilibrado das tecnologias, mas também reforçam os elos entre a instituição de ensino, os alunos e os familiares. 

Quer mais dicas para dialogar com seus filhos sobre o mundo digital? Então confira o conteúdo O que é cidadania digital? Saiba como abordar a comunicação consciente com crianças e adolescentes! 

Resumindo 

Qual o tempo de tela ideal? 

A indicação de tempo de tela ideal para cada idade de acordo com a  Sociedade Brasileira de Pediatria inclui: 

  • sem exposição até os 2 anos; 
  • até 1 hora para menores de 5 anos; 
  • até 2 horas entre 6 e 10 anos; 
  • no máximo 3 horas a partir dos 11 anos. 

Quais as consequências do tempo de tela? 

O tempo de tela excessivo pode causar: 

  • dificuldade para dormir; 
  • perda de foco; 
  • irritabilidade; 
  • danos físicos; 
  • estresse; 
  • ansiedade; 
  • disfunção de imagem; 
  • depressão.