Práticas educativas

Síndrome de Down: como dar autonomia para o seu filho adolescente

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Confira cinco passos para ajudar o seu filho a se sentir mais independente e confiante 

Quem é mãe e pai sabe: conforme os anos passam e os filhos deixam de ser crianças, surgem algumas mudanças. Nada mais natural. A adolescência chega trazendo um turbilhão de hormônios que desencadeiam oscilações de humor, emoções intensas e mudanças de comportamento. No caso de jovens com Síndrome de Down, como essas questões podem ser tratadas?

Neste Dia Internacional da Síndrome de Down (21 de março), vamos ver qual a melhor forma dos pais lidarem com essas questões que aparecem com a adolescência.

O que é Síndrome de Down?

A Síndrome de Down é uma condição genética, definida por um cromossomo 21 extra nas células do corpo, conhecido também por trissomia 21. Dentro das células, existem os cromossomos que carregam informações sobre o indivíduo, sendo que cada um tem 46 cromossomos, já aqueles com Síndrome de Down possuem 47.

Além de comprometimento cognitivo, pessoas com Síndrome de Down apresentam algumas características físicas em comum. Porém, elas se parecem mais com seus familiares do que entre si. Cada uma tem um ritmo de desenvolvimento e, como todas as outras pessoas, personalidade própria.

O desenvolvimento está ligado ao estímulo e incentivo que recebem, principalmente nos primeiros anos de vida. É importante que a criança frequente escola regular para desenvolver suas potencialidades, dentro dos limites que a síndrome impõe.

Como lidar com os desafios de adolescentes com Síndrome de Down?  

Um adolescente é um adolescente, independentemente de deficiência ou diagnóstico. Isso significa que tendo Síndrome de Down ou não passam pela puberdade e têm hormônios como todos os outros. Neste caso, pode ser um desafio maior gerenciar seus cuidados pessoais e lidar com questões próprias da idade.

“Esse não é um desafio fácil, depende muito de como os pais encaram a deficiência do seu filho”, ressalta Marlene Dias Carvalho, integrante do Comitê Jurídico da Federação Brasileira de Associações e da Federação Paranaense de Associações de Síndrome de Down. A advogada tem uma filha com síndrome de Down que tem bastante autonomia, ao mesmo tempo em que depende muito da família para parte das questões que envolvem sua vida. 

Por que a autonomia é importante para os jovens com Síndrome de Down? 

Permitir que os filhos cresçam, tenham autonomia e a sua privacidade respeitada faz parte do que os pais precisam aprender. Não é diferente para adolescentes com síndrome de Down. Especialmente nesta fase, é importante que eles sejam incentivados a terem amigos  e participarem de atividades extracurriculares. Isso traz um sentimento de pertencimento e aumenta a sua autoestima.

É preciso ter em mente que a autonomia para adolescentes com síndrome de Down é um pouco diferente do que para adolescentes típicos. Eles precisam de acompanhamento diário, mesmo assim é importante ter equilíbrio para apoiar os seus esforços de independência.

“A luta que muitos pais de pessoas com deficiência intelectual tiveram para colocar seus filhos ainda crianças na escola regular foi em busca de autonomia. Isso aconteceu por considerarem a autonomia fundamental para que os filhos desenvolvam suas potencialidades e tenham uma vida plena”, afirma Marlene.

O que pode atrapalhar o desenvolvimento da autonomia?

Quando os filhos não conseguem o desenvolvimento intelectual esperado pelos pais, pode acontecer um movimento de negação. Com isso, cresce a insegurança de deixar os adolescentes viverem plenamente. “Mesmo tendo uma autonomia relativa, pois precisam de acompanhamento, os jovens querem namorar e viver uma vida mais livre. Porém os pais se sentem inseguros diante do mundo cada vez mais violento em que vivemos, e acabam permitindo uma liberdade limitada, com vigilância constante”, explica.

Confira 5 passos para melhorar a independência do adolescente com Síndrome de Down:

  1. Incentive os seus filhos a tomar decisões. É importante legitimar as suas vontades e interesses. Ajude-os a fazer o máximo de escolhas e decisões que puderem;
  2. Apoie a interação social. Para isso, estimule o seu filho a participar de atividades sociais, conhecer pessoas e encontrar amigos;
  3. Encoraje amizades com colegas com ou sem Down. Ter uma mistura de amizades, incluindo pessoas neurotípicas, pode ajudar seu filho a se aceitar e se sentir mais feliz com quem eles são;
  4. Ressalte as suas habilidades. Seu filho pode estar se concentrando no que não consegue fazer. Aponte as coisas que eles podem fazer em vez das áreas que acham difíceis;
  5. Apoie-os na resolução de problemas. Você pode orientá-lo a como lidar com um problema com amigos ou alguma situação que os desagrade, deixando que eles tentem fazer isso sozinhos.