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Marco Legal da Primeira Infância: importância para o desenvolvimento e crescimento saudável das crianças  

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“A infância não é um tempo, não é uma idade, uma coleção de memórias. A infância é quando ainda não é demasiado tarde. É quando estamos disponíveis para nos surpreendermos, para nos deixarmos encantar”.   

Essa grande reflexão, de Mia Couto, ressoa profundamente com o Marco Legal da Primeira Infância, que representa um olhar diferente da sociedade para essa fase crucial da vida.  

Isso porque essa legislação representa avanços significativos no reconhecimento e na proteção dos primeiros 6 anos de vida da criança, contribuindo para a implementação de políticas públicas direcionadas a essa faixa etária.  

Trata-se de um momento crucial do desenvolvimento físico, cognitivo, social e emocional, onde o cuidado precisa ser tanto amplo quanto transversal, com as responsabilidades distribuídas entre pais, educadores e comunidade.  

Continue a leitura para entender melhor sobre este importante tema! 

O que abrange e qual a importância da primeira infância? 

O período desde a concepção até os 72 primeiros meses de vida é considerado a primeira infância. Este é um momento que impacta o futuro, pois possibilita as bases para:  

  • a construção do afeto;  
  • a socialização;  
  • a descoberta da individualidade;  
  • o entendimento do mundo;  
  • a autoestima;  
  • a autonomia;  
  • a integração;  
  • o aprendizado;  
  • a valorização da cultura;  
  • o reconhecimento de sua identidade.  

Isto posto, fica clara sua importância para que as crianças se tornem seres humanos plenos, capazes de atingir uma vivência saudável e bem-sucedida em todos os aspectos da experiência humana, bem como tenham os direitos reconhecidos e assegurados.  

Nesse contexto, é importante destacarmos um avanço significativo no Brasil. No âmbito do Conselho Nacional de Justiça, foi estabelecida uma iniciativa pioneira mundial: a criação da Política Judiciária Nacional para a Primeira Infância (Resolução nº 470/2022).

O que é Marco Legal da Primeira Infância?  

Dada a importância do período que abrange a primeira infância, viu-se que era necessário um arcabouço jurídico para amparar todos os envolvidos no bem-estar infantil.  

Disso surgiu o Marco Legal da Primeira Infância, que cria dispositivos legais para a implementação de ações em prol da proteção e desenvolvimento de crianças na faixa etária de 0 a 6 anos.  

A partir da Lei nº 13.257/2016, as políticas públicas voltadas a essa etapa da vida passaram a seguir novos princípios e diretrizes. Essa normativa ainda promoveu a alteração de outras legislações, como o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), com o objetivo de suprir carências jurídicas, melhorando a atuação do Estado.  

Quais são seus principais pontos?  

Como você já deve ter percebido, o Marco Legal da Primeira Infância busca, acima de tudo, garantir o pleno exercício da cidadania desde os primeiros anos de vida.  

Para isso, ele propõe uma ação transversal do Estado, da sociedade, das escolas e das famílias, convergindo esforços para assegurar o desenvolvimento saudável e integral das crianças

Dessa forma, entender os principais pontos do Marco Legal da Primeira Infância é fundamental para compreendermos sua importância e impactos.  

A seguir, exploraremos alguns desses pontos-chave, desde ações voltadas à educação até o papel da sociedade e do Estado. Veja o que está incluso nessa proposta!  

Ações voltadas à educação 

O direito à educação de qualidade está presente na Constituição do Brasil desde 1988, e as ações propostas pelo Marco Legal da Primeira Infância contribuem para garantir essa qualidade e infraestrutura na educação brasileira. Algumas dessas ações incluem: 

  • priorização da educação infantil: o Marco Legal enfatiza a importância da Educação Infantil como alicerce para o desenvolvimento futuro da criança, recomendando que sua expansão seja feita de maneira a assegurar a qualidade da oferta, com instalações e equipamentos que obedeçam a padrões de infraestrutura estabelecidos pelo MEC; 
  • qualificação dos profissionais: propõe a valorização e capacitação dos profissionais que atuam na Educação Infantil, garantindo sua formação adequada e contínua para oferecer um ambiente educacional estimulante e acolhedor; 
  • currículo e práticas pedagógicas adequadas: recomenda a elaboração de currículos e práticas pedagógicas que respeitem a singularidade e o ritmo de desenvolvimento de cada criança, promovendo experiências educativas significativas e contextualizadas; 
  • acompanhamento e avaliação contínua: promove a implementação de sistemas de acompanhamento e avaliação contínua da qualidade da Educação Infantil, com foco na melhoria constante dos serviços oferecidos e no atendimento às necessidades das crianças. 

Propostas para pais e familiares 

O Marco Legal da Primeira Infância também estabelece diretrizes específicas para fortalecer o papel das famílias no desenvolvimento e proteção das crianças nos primeiros anos de vida.  

Embasado nessa legislação, são propostas medidas que visam atender às necessidades e lacunas sociais enfrentadas por pais e familiares nessa importante fase do desenvolvimento infantil. Algumas dessas medidas são: 

  • atendimento prioritário: conforme previsto no artigo 14, parágrafo 2º, é priorizado o atendimento das famílias em situação de vulnerabilidade. Isso inclui o acesso a serviços e programas que promovam o desenvolvimento integral das crianças e ofereçam suporte adequado às necessidades familiares; 
  • incentivo ao aumento das licenças parentais: o Marco Legal reconhece a importância do vínculo afetivo entre pais e filhos nos primeiros anos de vida, incentivando o aumento das licenças parentais ao instituir o Programa Empresa Cidadã; 
  • equidade nas responsabilidades parentais: de acordo com o artigo 22, a mãe e o pai, ou os responsáveis, têm direitos iguais, deveres e responsabilidades compartilhados no cuidado e na educação da criança. 

Posturas voltadas à criança 

O bem-estar e desenvolvimento das crianças nos primeiros anos de vida é um dos principais focos do Marco Legal da Primeira Infância. Baseado nessa legislação, são delineadas posturas que visam garantir uma abordagem centrada na criança e em seu pleno desenvolvimento.  

Alguns dos aspectos fundamentais dessas posturas incluem a garantia da participação ativa da criança. O Marco Legal, em consonância com o artigo 4º, inciso II, ressalta a importância da participação ativa da criança em todos os aspectos que a afetam.  

Isso inclui o direito da criança a ser ouvida e ter sua opinião considerada em assuntos que dizem respeito a ela, promovendo sua autonomia desde os primeiros anos de vida. 

Ainda, conforme o artigo 5º, o Marco Legal estabelece medidas para proteger as crianças contra todas as formas de violência, incluindo abuso, negligência e exploração, bem como contra a pressão consumista.  

O artigo também reconhece a importância do brincar no desenvolvimento infantil, propondo medidas para estimular o acesso das crianças a atividades lúdicas e de lazer.  

Papel da sociedade e do Estado 

Por fim, o Marco Legal da Primeira Infância redefine o papel da sociedade e do Estado, conferindo-lhes a responsabilidade de enxergar cada criança integralmente. Essa mudança de paradigma está refletida na busca por uma cultura e estruturas coletivas que mitiguem todas as desigualdades que impactam essa faixa etária. 

Ou seja, todos os entes federativos e agentes sociais que podem influenciar o bem-estar das crianças nos primeiros anos de vida têm um papel a desempenhar.  

Mais do que isso, há uma busca por uma atuação articulada e transversal, que reconheça e promova os direitos e o desenvolvimento pleno de cada criança desde o início de sua jornada. 

Qual é o impacto dessa legislação?  

O principal impacto do Marco Legal da Primeira Infância é a capacidade de impulsionar a implementação de políticas públicas que atendam às diversas realidades das crianças, sejam elas urbanas, rurais, quilombolas, ribeirinhas, indígenas ou migrantes. 

A postura de reconhecer as especificidades de cada contexto assegura que todas as crianças tenham acesso a serviços e programas que atendam às suas necessidades particulares. 

Além disso, o Marco Legal da Primeira Infância fortalece a cultura do cuidado e da proteção das crianças, tanto no âmbito familiar quanto na esfera pública.  

Ao regulamentar a atuação dos diversos agentes que têm contato com as crianças, como educadores, profissionais de saúde e assistentes sociais, cria-se um cenário favorável ao pleno desenvolvimento emocional, social, motor e cognitivo infantil. 

Portanto, o impacto dessa legislação transcende o campo jurídico, influenciando diretamente o desenvolvimento das crianças e o futuro da sociedade como um todo.  

Mais do que apenas uma legislação, o Marco Legal da Primeira Infância sugere uma visão profunda da sociedade sobre essa fase fundamental da vida, na qual todos os setores devem se unir em prol do bem-estar e do desenvolvimento pleno das crianças.  

Agora que você conhece mais sobre essa legislação, sua importância e como funciona, aproveite a visita e leia nosso outro artigo sobre como incentivar o autoconhecimento na primeira infância

Resumindo  

O que é o marco legal para a primeira infância?  

O Marco Legal da Primeira Infância é a Lei nº 13.257/2016 que gerou importantes mudanças em prol dos direitos das crianças de até 6 anos. A proteção das crianças e seu desenvolvimento passam a ser priorizados nas políticas públicas a partir dessa legislação.  

Quando foi o Marco Legal da Primeira Infância?  

O Marco Legal da Primeira Infância foi sancionado em 8 de março de 2016. Ele tem sido implementado ao longo dos anos por meio de políticas públicas e iniciativas pensadas em prol de seus objetivos.  

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