Vivemos em uma era em que a internet faz parte do dia a dia, e as crianças de hoje são consideradas nativas digitais. Ou seja, elas nasceram em um contexto em que o mundo on-line sempre existiu e é uma parte indissociável de sua realidade.
Ao mesmo tempo em que a internet é uma ferramenta que dá acesso a uma infinidade de informações e possibilidades de aprendizados, diversão e de se conectar com pessoas ao redor do mundo, é preciso reconhecer que ela é um lugar que apresenta desafios significativos, especialmente para crianças e adolescentes.
Por isso, a segurança na internet é um tema que precisa estar em constante debate desde cedo, sendo imperativo que os pais, educadores e responsáveis compreendam a importância de orientar as crianças sobre os riscos e as práticas seguras no ambiente virtual.
Neste conteúdo, vamos explorar a importância do tema da segurança on-line e como falar sobre isso é crucial para orientar as crianças e ajudá-las a desenvolver as habilidades necessárias para navegar no ciberespaço de maneira consciente e segura. Aproveite a leitura!
A importância de falar e ensinar as crianças sobre segurança na internet
Abordar a segurança na internet com as crianças e adolescentes nos dias de hoje talvez seja um dos temas mais relevantes que famílias e escolas devam priorizar.
Segundo pesquisa da Opinion Box em parceria com a Panorama Mobile Time de 2022, já são 93% o índice de crianças e adolescentes que usam a internet. No entanto, indivíduos nessa faixa etária representam a parcela da população mais frágil no que diz respeito aos riscos desse ambiente.
Embora o mundo digital ofereça um vasto campo de conhecimento, entretenimento e interação social, ele também traz consigo riscos significativos e multifacetados. Alguns exemplos são: cyberbullying, desinformação, predadores on-line, sites maliciosos, entre outros.
Ao educar as crianças sobre os perigos potenciais que podem surgir na internet, podemos orientar jovens e crianças a reconhecerem e evitar essas situações.
Para isso, o diálogo constante entre pais e crianças sobre os riscos on-line é fundamental, pois cria um ambiente de confiança onde os filhos se sintam à vontade para compartilhar suas experiências na internet.
Vale ressaltar que a responsabilidade de monitorar os acessos, o tempo de tela e os conteúdos acessados é da família, pois as crianças ainda não apresentam maturidade suficiente para distinguir esses riscos.
A importância desse cuidado fica ainda mais evidente quando analisamos os dados de um mapeamento da Microsoft, que mostra que 69% dos adolescentes e crianças que usam a internet já passaram por uma situação de risco, envolvendo casos como conteúdo violento, fake news, discurso de ódio, ameaças de violência e assédio, além de outras.
A pesquisa também mostra como as meninas são mais suscetíveis a questões de riscos sexuais, assédio, abuso e cyberbullying, enquanto os meninos sofrem mais com divulgação de imagens íntimas, conteúdo terrorista e violência extremista.
Para se proteger, um pouco mais da metade dos adolescentes (58% do total) relatam procurar ajuda ou falar com alguém sobre o que aconteceu na internet.
Por fim, o estudo aponta a importância de estar atento a todo momento e ter cuidado com todas as faixas etárias. Enquanto 19% dos adolescentes relataram ter experimentado ameaças de violência e terem sido expostos a conteúdo sobre suicídio e automutilação, apenas 11% dos pais acreditam que isso acontecia com seus filhos.
Das muitas questões apresentadas, a ameaça dos predadores on-line destaca-se como uma das maiores preocupações. Ensinar as crianças a identificarem comportamentos suspeitos e a importância de não compartilhar informações pessoais com estranhos é essencial para sua segurança.
Além disso, é crucial abordar a sensibilização sobre os perigos associados ao compartilhamento de fotos e vídeos.
Conscientizar as crianças sobre a necessidade de avaliar cuidadosamente o que compartilham on-line, evitando informações pessoais ou imagens que possam ser mal utilizadas, contribui para a construção de uma presença on-line segura.
Como ensinar crianças sobre segurança na internet?
Como vimos, os dados reforçam o papel de ensinar crianças sobre segurança na internet como uma tarefa essencial.
No lugar de simplesmente proibir o acesso, é mais eficaz adotar uma abordagem educativa, promovendo a conscientização e fornecendo as ferramentas necessárias para que possam navegar on-line de maneira segura.
Confira nossas dicas e sugestões a seguir.
Estabeleça um diálogo aberto e construtivo
Dialogue abertamente com seus filhos e incentive-os a compartilhar suas experiências on-line. Certamente faça isso sem invadir sua privacidade, mas procure construir um espaço em que a criança queira partilhar.
Mostre interesse genuíno em suas atividades, criando um ambiente propício para discussões sobre segurança. Fale, você também, sobre suas atividades on-line e o que lhe incomoda.
Não proíba, eduque
Em vez de proibir o acesso à internet, eduque crianças sobre os riscos e dê informações sobre práticas seguras. O mundo on-line é essencialmente intrínseco à vida das pessoas hoje em dia, e fingir que ele não existe pode não ser uma abordagem eficaz.
Prefira explicar os motivos por trás das diretrizes de segurança, promovendo a compreensão em vez de restrição.
Use ferramentas de bloqueio
Para evitar situações extremas, é essencial usar ferramentas de controle parental. Soluções confiáveis incluem aplicativos como o Family Link do Google, que oferece monitoramento de atividades, bloqueio de sites e controle de tempo de tela.
Softwares de segurança como o McAfee Safe Family também são eficazes para o controle parental, permitindo o bloqueio de aplicativos e gerando relatórios detalhados.
Além disso, utilizar configurações de controle parental em sistemas operacionais (Microsoft Family Safety e Tempo de Uso no iOS) também auxiliam na criação de um ambiente on-line seguro.
Fale sobre senhas e dados pessoais
Converse com seu filho sobre o papel das senhas e explique a importância de criar códigos de acesso fortes e únicos para cada conta on-line. Incentive também o hábito de não compartilhar senhas com amigos ou qualquer outra pessoa.
Tente conscientizar crianças sobre a questão do compartilhamento de dados on-line, para onde eles podem ir, como podem ser usados e os perigos do vazamento de informações pessoais.
Ensine a importância de ter cuidado com cliques e downloads
Fale com as crianças sobre os riscos de se clicar em links suspeitos e baixar arquivos de fontes não confiáveis. Destaque as consequências que downloads indiscriminados podem gerar, como vírus e malware.
Tenha regras claras
Defina regras específicas sobre o tempo de uso da internet e quais tipos de conteúdo são apropriados. Reflita também sobre os tipos de dispositivos aos quais seu filho terá acesso.
Certifique-se de que as crianças compreendam a importância da existência das regras e as consequências de quebrá-las.
Explore o mundo on-line junto com seu filho
Participe ativamente das atividades on-line da criança, demonstrando interesse e envolvimento.
Convide seu filho para mostrar o que está fazendo, com quem ele conversa, sobre o que, que jogos ele prefere, entre outros. Isso pode proporcionar mais oportunidades de conexão e aprendizado conjunto, bem como orientação e diálogo.
Promova o pensamento crítico
Ensine as crianças a questionarem a autenticidade dos conteúdos on-line, sobretudo os disponibilizados nas redes sociais, e o discurso emitido pelas pessoas e influenciadores na internet.
Desenvolva o hábito de verificar fontes e incentivar crianças a questionarem a veracidade das informações que elas veem em posts, vídeos, entre outros.
Em suma, é responsabilidade de todos – pais e educadores – garantir que as crianças e adolescentes estejam preparados para navegar no ciberespaço de maneira consciente e segura.
Entre as soluções propostas, reforçamos a importância de usar ferramentas de controle parental, criar senhas fortes, estabelecer regras claras sobre o uso da internet e promover o pensamento crítico.
Para ter esse controle, é preciso envolver-se ativamente nas atividades on-line das crianças e adolescentes, sempre mantendo um diálogo aberto e transparente, livre de julgamentos e restrições.
Ao adotar uma abordagem aberta e educativa como essa, escolas e famílias têm a chance de promover uma relação saudável com a tecnologia, permitindo que as crianças aproveitem o melhor que ela tem a oferecer.
Gostou do conteúdo? Aproveite a visita para conferir nosso outro artigo sobre o que fazer para evitar o cyberbullying.
crédito da imagem: Freepik
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