Fomentar o gosto pela leitura é uma das grandes preocupações dos pais. E não é à toa; afinal, essa prática amplia o vocabulário, melhora a qualidade da escrita, estimula a reflexão sobre o mundo e o entendimento dele. Muitas vezes, a tecnologia é encarada como vilã, mas ela pode ser uma aliada valiosa para incentivar o gosto pelos livros.
De acordo com pesquisa divulgada pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL), em 2021, a venda de livros aumentou 33% em relação a 2020, com mais de 43 milhões de exemplares comercializados.
Sendo assim, formar bons leitores é um dos desafios da educação, principalmente com a “concorrência” com os tablets, smartphones e redes sociais . Mas as gerações mais novas são nativos digitais, um termo que caracteriza os jovens que nascem em uma realidade com o amplo uso das tecnologias.
“Para uma aprendizagem criativa, cabe aos pais e à escola a utilização de diferentes ferramentas e formatos. Na pandemia, por exemplo, as plataformas digitais foram responsáveis por manter o processo educativo e intensificar o uso da tecnologia no ambiente escolar; o mesmo pode ocorrer com a leitura”, explica o coordenador de Ensino Médio do Colégio Marista Londrina, Nilson Castilho.
Estes são alguns dos motivos pelos quais a tecnologia pode ser uma aliada no incentivo à leitura:
Ambiente literário virtual
Não é apenas no formato que a leitura pode estar inserida no ambiente digital. As redes sociais e comunidades virtuais são boas ferramentas para cativar leitores, principalmente entre os adolescentes. No Instagram e no TikTok, por exemplo, os Bookstagrammers e BookTokers fazem sucesso como influencers que falam sobre livros.
Com resenhas, análises, trends e indicações, eles ajudam os jovens a se interessarem por um gênero ou autor.
Outra manifestação são os clubes do livro que ocorrem de forma on-line. Desta forma, os leitores podem aprender mais sobre as obras, além de terem acesso às diversas opiniões dos outros participantes, o que enriquece a visão de mundo.
Encontrar suas preferências literárias
As plataformas digitais também podem ajudar os jovens a descobrirem quais são seus gêneros ou tipos de narrativas preferidos. Isso é importante para fortalecer o hábito da leitura, já que, como apontado pela pesquisa Retratos da Leitura no Brasil (2020), o gosto é o principal fator levado em conta por leitores de 5 a 17 anos.
Variedade que não ocupa espaço
Os equipamentos para o consumo de livros digitais e audiobooks ocupam menos espaço em uma estante do que livros físicos, por exemplo, permitindo o consumo de um maior número de obras. Além disso, podem ser usados de para explorar bibliotecas digitais, usar aplicativos de contação de histórias e pesquisar as palavras desconhecidas.
Integração à rotina
Embora não sejam substitutos dos livros impressos, os e-books e audiolivros possuem alguns atrativos. Poder carregá-los um dispositivo leitor facilmente para qualquer lugar ou escutar um audiolivro enquanto realiza outras tarefas podem ajudar a consolidar a leitura como parte integrante da rotina.
Diversificação de métodos na escola
Quando os livros são trabalhados na escola, é possível usar a tecnologia para diversificar as atividades. Alguns exemplos são pedir para que os alunos adaptem o conteúdo da obra para um vídeo no formato de TikTok, trabalhar a história de uma forma gamificada ou então propor um blog em que eles publiquem suas análises sobre os livros.
